O principal evento do setor elétrico no Brasil, o Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), abriu a sua 15ª edição sob a polêmica retirada da Media Provisória 814 da lista de votação do Congresso. A MP 814 trata da privatização da Eletrobras e perderia validade no dia 1º de junho.
Em documento distribuído no início do evento, assinado pelo Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase), a MP 814 é apontada como fundamental para o avanço e desenvolvimento do setor, porque tratava de mudanças que teriam reflexo no curto prazo, “em especial a solução para o GSF (risco hidrológico das hidrelétricas)”.
Sem a presença do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, substituído pela primeira vez por alguém de fora do ministério, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Reive Barros, o 15º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico começou com quase uma hora de atraso e com a plateia mais vazia do que de costume.
Em sua mensagem de abertura, Barros leu uma mensagem enviada pelo ministro Moreira Franco, na qual citou a necessidade de modernização do setor elétrico, e que não “é possível modernizar o setor sem modernizar a Eletrobras”.
Presente no evento, o ex-ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho foi bastante assediado, principalmente por agentes do setor que não entenderam o recuo do governo em relação à MP 814.
Para os agentes, Coelho Filho deu sinais de que uma solução ainda poderá ser encontrada no Congresso. Uma das alternativas seria incluir partes da MP 814 no Projeto de Lei da privatização da Eletrobras relatado pelo deputado José Carlos Aleluia.