O São Paulo começa nesta quinta-feira a sua trajetória sem Hernán Crespo e dá início, ao mesmo tempo, a nova "era Ceni". O clube anunciou na quarta a saída do treinador argentino após 53 partidas e no mesmo dia trouxe de volta o ídolo Rogério Ceni após quatro anos. Sem tempo a perder, o ex-goleiro já quis iniciar sua segunda passagem como técnico no Morumbi diante do Ceará, às 19 horas, em casa, em duelo que encerra a 26ª rodada do Brasileirão. O desafio imediato é quebrar a série de empates e abrir distância da zona de rebaixamento.
O São Paulo disse que abriu imediatamente à saída de Crespo, feita em comum acordo, "um processo de busca no mercado pelo novo treinador." Essa busca foi bastante rápida. Rogério Ceni, ídolo tricolor, recebeu a proposta minutos após o argentino perder o emprego e, segundo o presidente Julio Casares, não precisou de mais de 15 minutos para acertar essa volta para casa. De acordo com o mandatário, o treinador encarou o convite como uma "convocação".
Ceni teve primeiro contato com o elenco são-paulino assim que chegou e não quis esperar. Preferiu já comandar a equipe diante do Ceará nesta quinta. "Até por se sentir em casa, ele quis começar o trabalho imediatamente", disse Casares. O nome do treinador foi publicado no BID da CBF às 18h49 da quarta. Por isso, está regularizado para fazer sua reestreia no Morumbi.
O treinador comandou o São Paulo pela primeira vez em 2017, menos de dois anos depois de encerrar sua carreira de jogador. Ficou sete meses no cargo e foi dispensado em julho daquele ano. Naquele momento, o time estava na zona de rebaixamento do Brasileirão e não ganhava havia seis jogos.
A primeira missão do ex-goleiro em sua nova oportunidade no comando são-paulino é quebrar a série de cinco empates no Brasileirão. Isso ajudará o time a se afastar do grupo do descenso e, quem sabe, levá-lo à briga por vaga na Libertadores. O clube paulista quer voltar a vencer para evitar uma marca negativa que seria inédita. Nunca, em sua história, empatou seis jogos seguidos no Brasileirão ou em qualquer torneio.
O time é o segundo que mais empatou neste Brasileirão, com 12 igualdades. E essa sequência somando um ponto por partida impede que a equipe saia da briga na parte debaixo da tabela. São 30 pontos conquistados e o risco de queda ainda assombra o elenco.
E a reação terá de vir sem Rigoni. O principal atacante do elenco sentiu dores musculares na coxa esquerda diante do Cuiabá e acabou vetado. Preterido por Crespo, que preferiu improvisar Igor Gomes na lateral direita, o colombiano Orejuela, por sua vez, voltou a ser relacionado. Ele é o único lateral-direito disponível no grupo no momento.
Igor Vinícius ainda está fora de combate e Galeano, que vinha atuando improvisado, se recupera de um trauma no tornozelo direito. Vitor Bueno também retorna e deve começar como opção entre os reservas. Como teve pouquíssimo tempo para conhecer o elenco, é improvável que Ceni promova muitas mudanças. Deve manter a base que vinha jogando.
TABU EM JOGO – O Ceará tem apenas um ponto de diferença para o São Paulo. Está com 29 e espera acabar com um jejum de quase cinco meses sem ganhar como visitante. A última vez que isso aconteceu foi no dia 19 de maio, sobre o Ferroviário, por 3 a 0, pela semifinal do Campeonato Cearense.
No Brasileirão, o Ceará é o pior visitante e o único que não conquistou nenhuma vitória. Em 11 partidas até agora, são seis empates e cinco derrotas, além de apenas seis gols feitos e 16 sofridos.
"Tabus estão aí para serem quebrados. É aplicar tudo que estamos treinando. Temos grandes chances de fazer uma grande partida, quebrar esse tabu e levar três pontos para a capital cearense", disse o meia Marlon, que volta de suspensão.
O Ceará encerrou a preparação para o jogo na tarde desta quarta-feira com uma atividade no CT do Palmeiras. A única mudança em relação ao time que perdeu para o Atlético-MG, por 3 a 1, em Belo Horizonte, deve ser justamente Marlon no lugar de Fernando Sobral.