O comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel Wolney Dias, o chefe do Estado-Maior Operacional, coronel Cláudio Lima Freire e familiares de policiais que ocupam a frente de 29 unidades da corporação se reuniram na tarde deste sábado para tentar encontrar uma solução para o movimento, que reivindica o pagamento do 13º salário, do Regime de Adicional de Serviço Olímpico e de adicionais pelo programa de metas, todos atrasados, mas não chegaram a um acordo. Com isso, o protesto deverá continuar até que sejam atendidos os pleitos. As mulheres também querem que as escalas de trabalho dos oficiais sejam respeitadas.
O encontro no Quartel General (QG) da corporação, no Centro do Rio, levou em torno de três horas. O Ministério Público Estadual acompanhou a reunião. Em nota, a PM informou que o coronel Wolney se apresentou como o interlocutor formal com o governo do Estado. Ele se comprometeu a estudar a viabilidade das reivindicações que competem à Polícia Militar, tais como escalas, melhores condições de trabalho e atendimento médico. Uma nova reunião será agendada, desta vez, com a presença de um representante do governo, a quem cabe decidir sobre o pagamento dos atrasados.
“Não teve acordo. O coronel falou que só vão pagar aos policiais se o governo vender a Cedae (estatal de água e esgoto), se não, não tem dinheiro. A organização do ato foi para cobrar o 13º, a RAS e as metas. Se não pagarem de forma integral não vamos sair da frente dos batalhões”, disse uma familiar que participou da reunião e preferiu não se identificar. “Viemos com uma pauta que inclui troca de escala, pagamentos, melhores condições de rancho e materiais. Nada foi resolvido”, disse outra integrante do movimento.
A venda da Cedae é uma das condições exigidas pelo governo federal para realizar novos empréstimos ao Rio de Janeiro, levando adiante o acordo para solucionar a crise financeira do Estado. A discussão da privatização da estatal de águas e esgoto deverá ser votada na próxima terça-feira (14) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
No segundo dia de manifestações no Estado, grupos de familiares de policiais se concentraram na frente de 29 unidades da corporação. De acordo com a PM, 97% do efetivo está atuando nas ruas e o patrulhamento está sendo realizado normalmente. Para isso, as rendições, quando necessárias, estão sendo realizadas fora das unidades. Até mesmo helicópteros do Batalhão de Choque estão sendo utilizados para transportar os policiais.