Internacional

Reunião entre Pentágono e Rússia termina sem acordo sobre ataques na Síria

Os Estados Unidos desconfiam que os ataques aéreos da Rússia estejam fortalecendo o presidente da Síria, Bashar al-Assad, o que aumentou a tensão entre os dois países. O assessor de imprensa da Casa Branca, Josh Earnest, disse que autoridades do Pentágono participaram de uma videoconferência com representantes russos para debater formas de evitar que EUA e Rússia ataquem um ao outro na Síria.

Earnest descreveu as operações russas, que tiveram início na última segunda-feira, como “operações militares indiscriminadas contra a oposição síria”, que é considerada um perigo para a Rússia. Segundo um porta-voz da Casa Branca, oficiais militares norte-americanos reclamaram que os ataques aéreos russos estão atingindo áreas onde há poucos ou nenhum militante do Estado Islâmico.

O general Robert Otto, vice-chefe de inteligência e vigilância da Força Aérea dos EUA, disse não acreditar em compartilhamento de informações com Moscou, mesmo que os Estados Unidos tenham a certeza de que os ataques russos não afetarão suas operações em andamento na Síria.

Otto acrescentou que os russos têm utilizado munições sem precisão, e que o lançamento indiscriminado de bombas poderia matar civis inocentes, criando novos terroristas.

O ministério da Defesa da Rússia disse que, nas últimas 24 horas, o país destruiu doze alvos pertencentes ao Estado Islâmico na Síria, incluindo um centro de comando e depósitos de munição.

Steve Warren, porta-voz militar dos Estados Unidos em Bagdá, disse que não há indicações de que os russos tenham atingido alvos do Estado Islâmico. Ele disse ainda que nenhum acordo feito durante as conversas no Pentágono deverá refletir nas operações lideradas pelos EUA, que incluem ataques diários ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

“Enquanto houver perigo, conflito ou contato inadvertido” entre a coalizão e aviões de guerra russos, “nós continuaremos com nossas operações”, Warren falou aos repórteres no Pentágono.

Na última quarta-feira, o Secretário de Defesa Ash Carter reclamou que o governo russo não utilizou canais de comunicação oficiais para informar aos EUA sobre seus ataques aéreos. O governo norte-americano tem conduzido seus próprios ataques na Síria contra o Estado Islâmico há mais de um ano.

O chefe de Defesa norte-americano disse que o governo de Obama estava aberto a conversas com os russos para descomplicar as operações militares dos dois países na Síria, identificando formas de evitar acidentes aéreos não intencionais. Fonte: Associated Press.

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