A reunião de líderes financeiros do grupo das 20 principais economias do mundo (G20) terminou neste sábado em Bangalore, na Índia, sem um consenso sobre a guerra na Ucrânia. No documento final, divulgado nesta manhã, Rússia e China se opõem a trechos que condenam o conflito.
"Reiteramos nossas posições nacionais expressas em outros fóruns, incluindo o Conselho de Segurança da ONU e a Assembleia Geral da ONU", diz a carta do G20. "A maioria dos membros repudiou veementemente a guerra na Ucrânia e enfatizou que ela está causando imenso sofrimento humano e aumentando as fragilidades existentes na economia global", completa o comunicado.
O grupo das sete principais nações industrializadas anunciou novas sanções contra a Rússia na sexta-feira, o que, assim como as negociações do G20, gerou divergências. "O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível. A resolução pacífica de conflitos, os esforços para lidar com as crises, bem como a diplomacia e o diálogo, são vitais", diz um trecho da carta do G20 não assinado pela Rússia e pela China. "A era de hoje não deve ser de guerra", acrescenta a nota.
Segundo o G20, desde a última reunião do grupo, em outubro de 2022, as perspectivas econômicas globais melhoraram modestamente. "No entanto, o crescimento global continua lento e os riscos negativos para as perspectivas persistem, incluindo inflação elevada, ressurgimento da pandemia e condições de financiamento mais apertadas", argumentam os países, reiterando a necessidade de uma avaliação melhor das políticas monetárias, fiscais, financeiras e estruturais.
O G20 disse ainda ser "crucial" a independência do banco central em prol de sua credibilidade. "Reafirmamos a importância do modelo baseado em regras, não discriminatório, justo, aberto, inclusivo, sustentável e transparente", afirma o documento.
O grupo também ressaltou o compromisso com o acordo das Nações Unidas sobre a mudança do clima e o Acordo de Paris. "Recordamos e reafirmamos o compromisso assumido pelos países desenvolvidos com a meta de mobilizar US$ 100 bilhões de financiamento climático por ano até 2025 para atender às necessidades dos países em desenvolvimento", diz o G20.