Estadão

Reunião do G20 na Índia termina sem consenso devido a divergências sobre guerra na Ucrânia

A reunião entre os ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 terminou sem um consenso por conta das diferenças de posições entre os países sobre a guerra da Ucrânia. Depois de dois dias de conversas, não houve um comunicado final. Em vez disso, a Índia, como anfitriã, foi se viu forçada a emitir o resumo do encontro como documento final.

Aos repórteres, a ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, afirmou que o motivo da declaração foi porque "nós ainda não temos uma linguagem em comum sobre a guerra da Rússia com a Ucrânia".

Nirmala Sitharaman disse que a linguagem que descreve a guerra foi extraída diretamente da declaração da cúpula dos líderes do G20 do ano passado, na Indonésia. "Não temos mandato para mudar isso", disse ela, acrescentando que é algo que os líderes terão que decidir quando se reunirem na capital, Nova Délhi, para a cúpula principal em setembro.

De acordo com o resumo, a China e a Rússia se opuseram aos parágrafos referentes à guerra que diziam estar causando "imenso sofrimento humano" e "exacerbando as fragilidades existentes na economia global". A redação foi retirada da declaração anterior na Indonésia, onde os líderes condenaram veementemente a guerra.

Como anfitriã, a Índia usou a presidência para se promover como uma superpotência em ascensão e como a voz do Sul global. Ainda assim, a divisão sobre a guerra da Rússia na Ucrânia lançou uma sombra sobre muitos dos procedimentos, com a Índia incapaz de produzir um comunicado após qualquer uma das principais reuniões desde que assumiu a presidência do G20.

Os laços de longa data da Índia com a Rússia também surgiram à medida que a invasão da Ucrânia pelo Kremlin continua, apesar dos esforços dos Estados Unidos e dos países aliados para sancionar e espancar economicamente a economia da Rússia. A Índia não participou dos esforços para punir a Rússia e mantém seus laços energéticos, apesar de um teto de preço acordado pelo Grupo dos Sete para o petróleo russo, que teve algum sucesso em desacelerar a economia da Rússia. Fonte: Associated Press.

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