O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, reduziu a estimativa para a variação do indicador ao final do ano, de 4,0% para 3,5%.
A revisão baixista foi consolidada após a divulgação do resultado do IPC-Fipe de outubro, que acelerou a 0,30%, após encerrar setembro em 0,29%, conforme divulgou a fundação na manhã desta sexta-feira, 3. Com o resultado, o índice acumula alta de 2,31% no ano até outubro. O resultado do mês ficou dentro do intervalo das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 0,23% a 0,41%, mas superando a mediana de 0,25%.
Entre os destaques para a revisão para baixo, Moreira cita o comportamento do item energia elétrica, que encerrou outubro com recuo de 4,26%. "Veio abaixo do esperado. É importante dizer também que, ao longo do ano, as tarifas de energia tiveram variações mais baixas em São Paulo, o que também explica porque o IPC-Fipe deve fechar o ano abaixo de outros índices de inflação, como o IPCA", salienta Moreira. O IPC-Fipe mede a inflação apenas na cidade de São Paulo.
Em relação à divulgação desta sexta, Moreira destaca que a principal notícia foi o retorno do grupo Alimentação ao terreno positivo (-0,78% para 0,73%). Na avaliação do coordenador, o movimento já era esperado, e está em linha com a sazonalidade de fim de ano. "O que estava estranho era a demora para a chegada desse efeito; os alimentos estavam com quedas fortes há um bom tempo", diz.
Moreira cita que, além da pressão de alta dos itens <i>in natura</I>, que passam por uma sazonalidade de produção ruim no final do ano, também começou a haver o início da devolução no preço de cortes de carnes, que estavam em queda. "É também sazonalidade de fim de ano, pelo aumento do consumo de carnes por conta dos feriados e festas de fim de ano".
O cenário preliminar de Moreira para o IPC-Fipe é de aceleração a 0,40% em novembro, seguido por novo avanço, a cerca de 0,7%, em dezembro.