Reynaldo Gianecchini, de 51 anos, revelou que recebeu um diagnóstico de doença autoimune, a Síndrome de Guillain Barré, durante os ensaios de <i>Priscilla, a Rainha do Deserto – O Musical</i>. A informação foi compartilhada por ele no podcast <i>Poddelas</i>, na terça-feira, 11.
"Eu desenvolvi uma doença autoimune durante os ensaios, que foi paralisando minhas mãos e pernas", diz. E completa explicando sobre como a doença ataca o organismo: "o seu próprio sistema imunológico ataca os seus nervos e vai te paralisando. Descobri porque começou a formigar tudo, achei que era psicológico. Até um dia em que não conseguia mais levantar da cama. Aí fui para o hospital".
Gianecchini explicou que parou de ensaiar por um curto período, mas que retornou assim que possível, ainda com o acompanhamento de fisioterapia, três vezes ao dia. Segundo o Ministério da Saúde, a Síndrome de Guillain Barré é um distúrbio autoimune que "é geralmente provocado por um processo infeccioso anterior e manifesta fraqueza muscular, com redução ou ausência de reflexos".
O ator revelou também, durante o podcast, a sua opinião sobre o preconceito de sua personagem em <i>Priscilla</i>, e a falta de apoio da causa: "tem uma galera dentro da comunidade LGBT que não acolhe … Eu me senti bastante agredido até", disse, completando com o fato de fazer parte da sigla, por ser pansexual.
"Eu não pensei em desistir, mas o desconforto é tão gigante de lidar com seus medos, que tem um lado seu que quer sair correndo", falou Gianecchini também, sobre seu papel.
A peça do ator estreou no dia 7, no Teatro Bradesco, em São Paulo. É dirigida por Mariano Detry e baseada no filme de mesmo título lançado em 1994. <i>Priscilla, a Rainha do Deserto – O Musical</i> conta a história de duas drag queens e uma mulher transexual contratadas para fazer um show em pleno deserto australiano. Em entrevista ao <b>Estadão</b>, o ator revelou sobre como foi viver a drag queen Mitzi Mitosis.
Quando perguntado sobre o que o fez aceitar o papel de drag queen em <i>Priscilla</i>, ele explicou: "a música no geral estava me atravessando … E comecei a adentrar nesse mundo, e isso mexeu comigo de uma certa forma. Depois da pandemia, me deu vontade de experimentar coisas novas e parar de fazer novela".
"Me deu vontade de fazer coisas mais curtas. Por exemplo, <i>Bom Dia Verônica</i> eu gravei em dois meses", completou, sobre a adaptação de sucesso do romance homônimo de Ilana Casoy e Raphael Montes para a Netflix, em que interpretou o personagem Matias Cordeiro.
Gianecchini também falou sobre seu diagnóstico de câncer, doença da qual se curou em 2012. "Quando veio a doença, tive que parar tudo. Foi focar em recuperar a minha saúde. Foi uma experiência linda, na verdade. Porque eu sabia que ia aprender muita coisa, eu sempre via um lado muito bonito. A gente não entende os mistérios da vida", finalizou.