Estadão

Ricardo Lewandowski participa de evento do MST e defende visão de mundo comum

A três meses de efetivar sua aposentadoria no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski participou no último sábado, 11, de um evento promovido pela Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), centro de educação idealizado pelo Movimento Sem Terra (MST), em Guararema, São Paulo.

Na ocasião, o ministro defendeu a necessidade de se pensar em uma visão de mundo comum no País e defendeu a atualização do conceito de participação popular. "Tudo muda, tudo se transforma, mas é preciso que tenhamos um norte, valores, princípios e uma visão de mundo, ou uma ideologia", argumentou.

"O que nos une é uma visão de mundo comum. Uma visão na qual o povo é dono do seu destino, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais fraterna", afirmou. "Ser democrata é ser um lutador em torno da participação do povo."

Ao lado de autoridades, advogados, organizações e instituições políticas, Lewandowski disse que a democracia vivencia uma crise "com raízes profundas no sistema político", acentuada, segundo ele, pelos últimos quatro anos de governo.

Segundo ele, a consolidação de uma democracia passa por discussões que vão além da forma de governo e processos eleitorais, mas de se colocar como um democrata que luta pela participação do povo. Lewandowski ainda enfatizou a democracia como ferramenta importante na garantia de direitos dos trabalhadores e disse ser "a defesa dos direitos fundamentais em suas várias dimensões."

Ao final do evento, o ministro plantou um ipê amarelo na escola ao lado de representantes do MST.

A assessoria do ministro afirmou à reportagem que Lewandowski costuma atender a pedidos de inúmeras instituições de ensino "sejam elas privadas, públicas ou sem fins lucrativos, tendo proferido palestras em universidades de todos os Estados brasileiros e no exterior."

O ministro Ricardo Lewandowski deverá deixar o posto de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em maio deste ano, mês em que o magistrado completa 75 anos, idade prevista para a aposentadoria compulsória.

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