Com um histórico que inclui nomes icônicos da música como Michael Jackson, Diana Ross, Madonna, Prince e Lady Gaga, o show do intervalo do Super Bowl, como é conhecida a final do campeonato da NFL – principal liga de futebol americano dos Estados Unidos -, se consagrou com um dos eventos musicais mais aguardados do ano. Ao redor do Globo, fãs que muitas vezes não acompanham o campeonato ou que até mesmo não veem os jogos se reúnem para assistir à apresentação musical do intervalo e este ano não foi diferente.
A estrela da noite foi a cantora de Barbados, Rihanna, que andava afastada da música nos últimos anos, desde o lançamento de seu último álbum, Anti, em 2016. "A volta de Rihanna" se tornou um dos tópicos mais falados nas redes sociais nas últimas semanas e isso se refletiu em números: a audiência da apresentação – que ocorreu no domingo, 12 – foi a maior registrada pelo Super Bowl em sua história.
Segundo informações divulgadas pela emissora americana Fox News, o pico de audiência chegou a 118,7 milhões de espectadores durante o show de Rihanna, ou seja, 5,7 milhões a mais do que a audiência do jogo em si, que ficou em torno de 113 milhões. Quem antes detinha o título de apresentação mais vista era a americana Katy Perry, com impressionantes 114,4 milhões, em 2015.
Diferentemente de Perry, ou de outros artistas que fizeram shows elaborados, com participações especiais, trocas de figurino e coreografias complexas – Lady Gaga, por exemplo, chegou a pular da cobertura do estádio no início de seu show, em 2017 -, Rihanna trouxe uma energia diferente para a noite.
A cantora ficou parada em uma plataforma flutuante e iluminada por LED durante a maior parte dos 13 minutos de apresentação, na qual contou um medley de seus maiores hits. Um show que não contou com grandes manobras teatrais, mas que, mesmo assim, veio cheio de surpresas e nuances.
GRAVIDEZ. Toda de vermelho, Rihanna escolheu a grife de origem espanhola Loewe para assinar seu figurino, composto por um macacão que foi usado aberto sobre uma peça escultural feita de couro com formas que reproduziam seu busto e um colante perfeitamente ajustado ao corpo que ressaltava a barriga. Foi aí que veio a primeira surpresa da noite: Rihanna está grávida de seu segundo filho.
A forma com a qual a cantora lidou com o anúncio, no entanto, abre espaço para especulações e análises. Ao escolher não fazer grandes revelações e gestos e também sem deixas sua barriga de grávida em evidência máxima, Rihanna deixou os fãs em dúvida, o que contribuiu ainda mais para que a notícia e, consequentemente, o show em si, ganhasse mais espaço nas redes sociais com a pergunta "Rihanna está mesmo grávida?". Não se sabe se a dúvida foi deixada com a intenção de estimular burburinhos ou não, mas o fato é que a gravidez da cantora levou sua apresentação no Super Bowl a um outro patamar.
Enquanto alguns fãs e portais de notícia celebravam a família da cantora, outros lamentaram o fato, já que, provavelmente, a gravidez vai resultar em um hiato ainda maior de Rihanna na música. Das reclamações, surgiram discussões sobre machismo e a carga de expectativas e anseios que é colocada em cima das mulheres, conversas profundas que servem de comprovação para o impacto do show da artista para além da música.
A autoconsciência da cantora sobre seu poder de influência e genialidade midiática, no entanto, ficam claros em outro momento do show. No palco, enquanto estava sendo vista por mais de 118 milhões de pessoas ao redor do mundo, Rihanna retocou sua maquiagem utilizando um produto de sua própria linha de beleza, a Fenty Beauty.
LANÇAMENTOS. A ação, que viralizou imediatamente nas músicas sociais, rendeu à empresa um ganho de mídia com um valor equivalente a US$ 5, 6 milhões, segundo a empresa americana especializa em performance Launchmetrics. Uma ação que não veio isolada. Rihanna também lançou em suas marcas de beleza e lingerie coleções e conteúdos especiais para as mídias sociais com a temática Super Bowl.
Com uma estratégia complexa, executada com uma atitude que pode chegar a parecer indiferente, Rihanna fez de sua noite no Super Bowl um verdadeiro show de pensamento estratégico.