O Comitê Rio-2016 apresentou no fim da manhã desta sexta-feira a tocha paralímpica dos Jogos do Rio, assim como anunciou o revezamento do símbolo. A tocha, que tem poucas mudanças em relação à olímpica, passará por cinco cidades a partir de 1º de setembro do próximo ano antes de chegar ao Rio. A Paralimpíada começa em 7 de setembro.
As cidades escolhidas estão espalhadas pelas cinco regiões do Brasil, e foram selecionadas levando em conta o seu histórico no paralimpismo, seja pela formação de atletas ou por questões de estrutura. Assim, a tocha passará por Belém (PA), Natal (RN), Brasília (DF), Joinville (SC) e São Paulo (SP). No total, 700 pessoas conduzirão a tocha durante o revezamento.
A tocha paralímpica é bastante similar à olímpica, diferenciando-se nos detalhes. A ideia é justamente representar a união dos dois movimentos. “Não é uma tocha olímpica pintada de uma cor diferente. Fizemos as duas juntas”, destacou Gustavo Chelles, um dos designers responsáveis. “Essa união do Olímpico com o Paralímpico vem há muitos anos aqui no Brasil, e a tocha vem coroar este momento”, reforçou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Além das cores diferentes – saem o verde e o azul, entram o vermelho e o laranja -, a tocha tem inscrição em braile na base com as palavras “coragem, determinação, inspiração e igualdade”, que representam os valores paralímpicos. Os detalhes em relevo na parte tátil também mudaram, com quadrados substituindo triângulos. Segundo Chelles, a ideia é mostrar as quatro pontas dos valores paralímpicos. O símbolo dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016 está gravado no topo, sobre a ondulação que representa a Pedra da Gávea.
ACESSIBILIDADE – Presente à apresentação da tocha, realizada em um cinema da zona sul do Rio, o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PMDB) fez um breve discurso tratando da importância de se realizar políticas públicas voltadas à acessibilidade. E fez um mea-culpa.
“Nós ainda estamos muito aquém de uma cidade que quer se considerar acessível, e isso deve nos envergonhar a todos. A Paralimpíada é uma celebração não só para ganhar medalhas, mas também para nos chamar atenção a isso”, disse, ressaltando que a capital fluminense melhorou nesse aspecto em função das obras para os Jogos, mas que ainda há muito a se fazer.
“O Rio é um exemplo do mau exemplo que o Brasil ainda tem na questão da acessibilidade. Temos a oportunidade de mostrar isso em um país que, durante muito tempo, deixou de lado, não considerando sua legislação e em suas políticas públicas as medidas de acessibilidade.”