O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), informou pelas redes sociais às 15h09 deste domingo, 30, que o trânsito na Avenida Brasil, uma das principais vias expressas da cidade, estava livre naquele horário. Antes, ação da Polícia Militar e um ônibus que pegou fogo estavam causando congestionamento e atrapalhando o deslocamento de eleitores até suas seções eleitorais. A votação segue até as 17h.
"Os eleitores do Rio podem ir votar com toda tranquilidade. Não há mais qualquer ação da PM na Av. Brasil e o ônibus que pegou fogo já foi retirado da via. Temos ainda duas horas para cumprir nosso dever cívico e defender a democracia em nosso país. Estou monitorando tudo e atento", escreveu o prefeito no horário acima.
<b>Sem blitze</b>
Em nota divulgada por volta das 15h30 deste domingo, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) afirmou que as forças de segurança "informaram que não há registro de realização de blitz ao longo do dia no Rio de Janeiro". Representantes da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Comando Militar do Leste estiveram reunidos no Gabinete Extraordinário de Segurança Institucional (Gaesi) do TRE-RJ.
Segundo a nota do TRE-RJ, "o que há, segundo as forças, é patrulhamento ostensivo, com demonstração de presença em alguns pontos, como a Ponte Rio-Niterói".
O Gaesi foi criado pelo TRE-RJ no fim de julho e é composto pelo Comando Militar do Leste, Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Ministério Público do Rio de Janeiro, Procuradoria Regional Eleitoral, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária e Guarda Municipal do Rio de Janeiro.
Mesmo sem blitze, segundo afirmaram as forças de segurança, outras ocorrências causaram congestionamentos ao longo da Avenida Brasil. Em relatos publicados nas redes sociais durante a manhã e o início da tarde, motoristas reclamaram do trânsito. O Centro de Operações (COR) da Prefeitura do Rio também relatou engarrafamentos e incidentes ao longo da via no início da manhã.
Às 9h26 foi registrado um incêndio em imóveis do Ceasa, centro de distribuição de alimentos localizada em Irajá, na zona norte, às margens da avenida Brasil. Na lista de incidentes registrados pelo COR constam também um ônibus que pegou fogo, em Realengo, na zona oeste do Rio, e um veículo enguiçado no Caju, na zona portuária da cidade. Usuários das redes sociais reclamaram também de uma suposta blitz da Polícia Militar (PM), que estaria provocando os engarrafamentos, mas a corporação negou ter realizado qualquer operação.
A Avenida Brasil tem cerca de 60 quilômetros, partindo da zona portuária, no centro do Rio, cortando parte da zona norte e terminando na zona oeste, já na divisa da capital fluminense com Itaguaí, onde desemboca na Rodovia Rio-Santos, trecho da BR-101. Pouco depois das 13h, esse trajeto de 60 quilômetros era feito de carro em cerca de 1h40, segundo o Google.
"Em Realengo, incêndio em ônibus uma faixa da pista (sic), na altura do Posto Vagão, sentido Santa Cruz. ATENÇÃO! Via interditada. Bombeiros e CET-Rio em deslocamento. Trânsito com retenção em ambos os sentidos", diz postagem do COR publicada às 12h54.
Às 10h39, o COR informou sobre um carro enguiçado. "Atenção, você que está indo para o Centro! Há um veículo enguiçado na pista central, na altura do Caju, ocupando uma faixa da via. Há lentidão no trecho. A CET-Rio já foi acionada", diz a postagem.
Às 9h40, um "giro de trânsito" do COR informava sobre retenções ao longo da Avenida Brasil, sem citar motivos específicos para as retenções. "Sentido Centro com lentidão e pontos de retenções entre Bangu e Guadalupe (na zona oeste). Sentido Zona Oeste com trânsito lento na altura de Irajá (na zona norte). Dirija com cautela, motorista!", diz essa postagem.
Em diversas postagens no Twitter, internautas creditaram as retenções na Avenida Brasil à ação da PM, inclusive relacionando a eventual realização de operações com uma intenção deliberada de prejudicar a votação neste segundo turno.
Procurada pela reportagem, a PM do Rio informou que "os procedimentos de abordagem veicular fazem parte da estratégia de policiamento ostensivo". Questionada se realizou uma blitz fixa e específica em algum ponto na Avenida Brasil, a corporação informou que as operações do tipo "são dinâmicas, ocorrem sistematicamente nas vias do cenário urbano".