Onze casos de microcefalia foram registrados neste ano no Estado do Rio de Janeiro, segundo a Secretaria de Saúde. Todos os casos estão sendo investigados, mas ainda não há nenhuma comprovação da relação deles com o zika vírus.
Por enquanto, o número de casos não indica aumento da incidência de microcefalia. Houve 10 casos em 2014, 19 em 2013, 8 em 2012, 15 em 2011, 10 em 2010, 15 em 2009, 11 em 2008, o mesmo número em 2007 e 17 em 2006.
A notificação de casos de microcefalia nunca foi obrigatória, mas, desde que o número de registros aumentou, levando o Ministério da Saúde a admitir um surto no Nordeste, houve a intensificação do acompanhamento. O ministério suspeita que o crescimento dos casos de microcefalia tenha relação com a incidência de zika vírus entre grávidas.
No último dia 18, a Secretaria de Saúde do Estado do Rio determinou a notificação obrigatória de casos de mulheres grávidas que procurem atendimento médico e tenham manchas vermelhas na pele. Com isso, a pasta pretende analisar os possíveis casos de zika vírus e a eventual relação entre a doença e o nascimento de bebês com microcefalia.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio menor que o normal. Na maioria dos casos é consequência de alguma infecção adquirida pela mãe durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus, além de abuso de álcool ou drogas, ou em síndromes genéticas como a de Down.
Em 90% dos casos, a microcefalia está associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. Não há como reverter a microcefalia, mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida do paciente.
O zika vírus é uma doença transmitida pelo Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, e causa febre, manchas pelo corpo, coceira, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações. É combatida com hidratação e remédios para os sintomas. Geralmente o paciente se cura em cinco dias. Por ser uma doença nova, ainda não há comprovação de alguma relação entre o vírus em gestantes e o nascimento de crianças com microcefalia – essa hipótese é analisada pelo Ministério da Saúde. Por precaução, mulheres grávidas devem usar repelentes e evitar exposição em locais e períodos de maior atividade do Aedes aegypti.