Rio tem menos de 30% dos respiradores necessários, afirma Witzel

O Rio de Janeiro só tem 400 respiradores de um total de 1.400 que seriam necessários para enfrentar a epidemia de covid-19 no Estado. O número corresponde a apenas 28,5% da quantidade ideal. A informação foi dada pelo próprio governador, Wilson Witzel, em entrevista ao vivo na manhã desta quinta-feira, 9, ao <i>Bom Dia Rio</i>, da TV Globo.

Segundo Witzel, há uma escassez de respiradores no mercado mundial e, por isso, o governo do Estado não consegue comprá-los. O equipamento é essencial no tratamento dos casos mais graves da infecção pelo novo coronavírus.

"Temos 400 respiradores e isso é muito pouco, muito longe do necessário", disse Witzel. "Por isso, é importante alertar que não vamos ter condições de atender uma quantidade muito grande de pacientes. Faço o apelo para as pessoas não irem para a rua, não se aglomerarem. A população ainda não entendeu a gravidade do problema", afirmou.

O governador explicou que está tentando comprar mais respiradores, mas não consegue. "Estes equipamentos não existem no Brasil, têm que ser importados. A grande maioria dos respiradores vem da China, que está tendo dificuldade de fornecer para o mundo todo", disse. "Está havendo um leilão para ver quem paga mais pelos respiradores."

Wilson Witzel disse que tentou conversar com empresas no Estado para avaliar a possibilidade de os respiradores serem produzidos aqui. No entanto, explicou, as peças necessárias para a montagem do equipamento também são importadas da China e há dificuldade para trazê-las.

"A única solução que temos hoje é conscientizar a população a ficar em casa, a obedecer as regras de isolamento social para não termos um pico muito rápido da doença", ressaltou. "Quem está na rua está levando o risco para toda a sociedade. A morte pode brotar ao lado da sua porta, levar um parente, um avô, uma avó, uma mãe, um pai."

O governador confirmou a entrega de 3.300 leitos hospitalares extras no Estado, em hospitais de campanha, até o fim deste mês. Sem o número necessário de respiradores, no entanto, eles podem se revelar ineficazes.

Witzel lembrou que as populações das comunidades mais pobres do Rio são especialmente vulneráveis, sobretudo devido à alta incidência de outras doenças graves, como a tuberculose. Na quarta-feira foram registradas as primeiras seis mortes em favelas do Rio, especificamente em Rocinha (2), Vigário Geral (2), Manguinhos (1) e Complexo da Maré (1). O comércio tem funcionado nessas comunidades, onde há muita gente circulando.

O governador afirmou que já conversou com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e que os locais da cidade onde as concentrações de pessoas forem muito grandes devem ser isolados.

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