Opinião

Riqueza mal dividida

Conforme o HOJE traz nesta edição, Guarulhos se mantém na nona posição em todo o Brasil em produção de riqueza. O segundo maior município de São Paulo, em 2009, foi responsável por gerar nada menos do que R$ 32,5 bilhões, o que representa uma participação relativa de 1% do PIB nacional. Em relação ao ano anterior, Guarulhos registrou queda de 0,1 ponto percentual, devido a perdas de participação tanto na indústria de transformação como no comércio. Mesmo assim, figura com o primeiro lugar entre as não capitais e com o quarto melhor número da região Sudeste.


Não há dúvidas da pujança econômica do município. Porém, na divulgação do IBGE nem tudo são flores. Por ter uma população bastante grande, estimada em 1,3 milhão de habitantes, o PIB per capita (que é obtido pela divisão do total pela quantidade de habitantes) é de apenas R$ 24.993,65, o que coloca Guarulhos fora do ranking das 100 melhores cidades. Para se ter uma ideia, o IBGE lista apenas uma centena de municípios. São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba no Paraná, com população de 280 mil habitantes, aparece na última posição, com o PIB per capita de R$ 41.217,10, ou seja, muito superior ao guarulhense.


Muitos teóricos argumentam que cidades com grandes populações dificilmente conseguem ter um bom índice per capita. Neste estudo do IBGE, porém, há dois casos que merecem ser destacados. Brasília, com 2,6 milhões de habitantes, figura na 65ª colocação, com R$ 50.438,46 por habitante. Na Grande São Paulo, Osasco, uma grande cidade com problemas urbanos bastante parecidos com Guarulhos, com seus 720 mil habitantes, tem um PIB per capita de R$ 43.994,47. Ou seja, é possível ter uma divisão de riquezas menos desigual.


Guarulhos, por sua vez, precisa sim valorizar esta nona posição no ranking geral, que parece estar consolidada. Entretanto, mais do que isso, a administração pública tem o dever de buscar formar de diminuir os índices de pobreza, esses sim bastante preocupantes. Precisa haver formas de melhorar a vida das pessoas, sobretudo as mais carentes, para que a distribuição de renda seja mais equilibrada. De pouco adianta ser um dos maiores geradores de riqueza se a maior parte de sua população vive na mais completa pobreza.

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