O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou nesta quinta-feira, 27, durante coletiva de imprensa, que o balanço de riscos da instituição está assimétrico. Segundo ele, os riscos ligados ao andamento das reformas econômicas e ao cenário internacional estão crescendo e, por isso, possuem peso maior no balanço, na comparação com o risco ligado à ociosidade da economia.
“Por um lado, temos capacidade ociosa, que pode surpreender e levar o IPCA para baixo. Por outro lado, há dois riscos que estão crescendo”, disse Ilan. “Os riscos altistas para a inflação se elevaram. Portanto, o balanço é assimétrico”, acrescentou.
O presidente do BC também fez questão de deixar claro que a mensagem principal trazida no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta é a mesma do comunicado e da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic (a taxa básica de juros) foi mantida em 6,50% ao ano.
Ilan Goldfajn também defendeu a continuidade das reformas e ajustes na economia, considerada por ele como “essencial, fundamental”. “Essa mensagem vem com a gente há muito tempo. É fundamental ressaltar”, disse.
O presidente do BC também falou sobre o efeito de choques de preços sobre a inflação. “Avaliamos o choque, que significa mudança de preços relativos, mas o que nos interessa é a inflação, é se a mudança de preços relativos vai levar ao aumento da inflação”, disse. “Olhar só o efeito secundário de choques requer que expectativas estejam ancoradas”, acrescentou.
Em sua fala inicial, Ilan também repetiu a ideia de que o Copom, em sua última reunião, entendeu que a política monetária deveria continuar estimulativa. No entanto, ele reforçou que isso começará a ser removido se o cenário e o balanço de riscos piorarem.