O compasso de espera antes da conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff prevaleceu no mercado de câmbio durante a tarde desta terça-feira, 30. Há expectativa nas mesas de operações de que os senadores devem decidir nesta quarta-feira, 31, a favor da saída definitiva da petista. No entanto, também se observou no mercado o desconforto com o número de indecisos no Senado e um possível placar apertado – o que levou o dólar a fechar em alta frente ao real.
No mercado à vista, o dólar negociado no balcão fechou aos R$ 3,2383, em alta de 0,12%, afastado da máxima do dia, de R$ 3,2628 (+0,87%), e da mínima, de R$ 3,2201 (-0,45%), registrada no começo da sessão. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de operações somou US$ 962,703 milhões.
No mercado futuro, o contrato de dólar para setembro avançou 0,34%, aos R$ 3,2430, com giro de US$ 14,443 bilhões. Na máxima, o futuro de dólar chegou a R$ 3,2645 (+1,01%), enquanto na mínima atingiu R$ 3,2210 (-0,32%).
O registro de votos e a conclusão do processo devem ficar para amanhã. Com isso, a quarta-feira se tornou um dia ainda mais crucial para a história nacional, sinalizando uma sessão de elevada volatilidade.
O pregão desta quarta também conta com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Para o câmbio especificamente, espera-se ainda a disputa técnica em torno da formação da taxa Ptax de fim de mês.
O ambiente externo, marcado também por ansiedade, ajudou a elevar o dólar, diante da percepção de que o aumento da confiança dos consumidores nos Estados Unidos pode indicar um aperto iminente de juros pelo Federal Reserve. Na agenda da semana, está previsto ainda o relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos (payroll) na sexta-feira, 2, que tem ganhado importância na visão do mercado após comentários recentes de dirigentes do Federal Reserve e alguns dados positivos do país.