Os rivais palestinos Hamas e Fatah estão se preparando para a primeira disputa nas urnas desde 2006, em uma eleição para prefeituras e conselhos locais em 425 comunidades na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Cada lado espera que a eleição traga uma base em territórios que têm sido considerados exclusivos dos rivais desde expurgos mútuos em 2007. À época, o grupo islâmico Hamas tomou Gaza, expulsando o Fatah, enquanto o líder do Fatah, o presidente palestino Mahmoud Abbas, reprimiu o Hamas em áreas autônomas da Cisjordânia, ocupada por israelenses.
A votação do dia 8 de outubro pode não permitir que nenhuma das partes proclame vitória. Populares independentes são parte do mix de candidatos, e alianças tribais geralmente superam alianças faccionais em nível municipal. Além disso, ativistas do Hamas não podem concorrer abertamente na Cisjordânia por medo de serem presos por Israel.
Mas as eleições oferecem pelo menos uma indicação da popularidade do Hamas e do Fatah. As últimas eleições municipais aconteceram em 2012, mas apenas em algumas regiões da Cisjordânia e o Hamas não competiu, pois não pôde concordar com o Abbas nos procedimentos. Analistas dizem que, quando o Abbas decidiu participar de eleições locais no começo do ano, esperava que o Hamas estivesse fora da corrida mais uma vez.
Mas o Hamas surpreendentemente aceitou o desafio e isso forçou um compromisso no qual cada lado reconheceu a contragosto alguma autoridade do outro.
O Hamas reconheceu a comissão eleitoral do Abbas como árbitro, enquanto o Abbas concordou que as instituições do Hamas supervisionaria a votação em Gaza.
Não ficou claro que a votação municipal poderia abrir o caminho para a realização das atrasadas eleições presidenciais e parlamentares, que são vistas como cruciais para acabar com a divisão territorial na Palestina. Juntamente com a paralisia das negociações com Israel, a divisão é um dos principais obstáculos para a independência da Palestina. Fonte: Associated Press.