O River Plate é o representante de fato e de direito da América do Sul no Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado em dezembro no Japão. Já tinha esta condição garantida porque o outro finalista era um time mexicano, o Tigres, que só pode representar a Concacaf na competição. Mas nesta quarta-feira, o clube argentino ganhou por 3 a 0, no lotado estádio Monumental de Nuñez, na chuvosa Buenos Aires, após empate sem gols no México, e se sagrou campeão sul-americano pela terceira vez na história – a primeira depois de 19 anos (as outras duas taças foram em 1986 e 1996).
O jogo começou a ser resolvido no último lance do primeiro tempo, quando Lucas Alario marcou de peixinho, após grande jogada de Vangioni pela esquerda, na primeira chance que o River Plate conseguiu criar. Até ali, a equipe argentina não tinha levado perigo ao goleiro Guzmán. Mas muitas faltas foram marcadas e cartões amarelos – cinco nos primeiros 45 minutos, nove no total – haviam sido mostrados.
Com a vantagem no placar, o River Plate voltou para o segundo tempo recuado e usando todos os recursos para provocar os jogadores do Tigres e fazer o tempo passar. Aos 27 minutos, Aquino perdeu a bola perto da área e na sequência cometeu pênalti sobre o volante uruguaio Carlos Sánchez, que tomou a responsabilidade da cobrança para si, bateu bem e fez 2 a 0.
Não havia mais dúvida de que o título estava ganho, mas ainda veio o golpe de misericórdia: o zagueiro Funes Mori, de cabeça, após escanteio da direita, fez o terceiro gols aos 33 minutos. E daí em diante a festa tomou conta do estádio e do banco de reservas do River Plate.
Foi a conquista de uma equipe que foi a pior entre as 16 que passaram da fase de grupos e que esteve com um pé fora em algumas oportunidades. Para avançar às oitavas de final, o próprio Tigres a salvou ao derrotar o Juan Aurich, no Peru, na última rodada, por incríveis 5 a 4. Veio o clássico contra o Boca Juniors com vitória em casa por 1 a 0, em um jogo muito violento, e muita confusão na Bombonera – a partida acabou no intervalo após jogadores do River Plate serem atingidos por gás de pimenta jogado por torcedores rivais na saída do vestiário.
Nas quartas de final, a equipe do técnico Marcelo Gallardo perdeu para o Cruzeiro por 1 a 0 no jogo de ida, em Buenos Aires, mas teve forças para virar com uma contundente vitória por 3 a 0 em pleno estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Nas semifinais, mostrou raça e tradição ao passar pelo surpreendente Guaraní, do Paraguai.
No Mundial de Clubes, o River Plate se junta a outros três já classificados: Barcelona (Espanha), América (México) e Auckland City (Nova Zelândia). Faltam os campeões da Ásia e da África e o clube do país-sede.
FICHA TÉCNICA
RIVER PLATE 3 x 0 TIGRES
RIVER PLATE – Barovero; Mayada, Maidana, Funes Mori e Vangioni; Sánchez, Ponzio, Kranevitter (Lucho González) e Bertolo; Cavenaghi (Pisculichi) e Lucas Alario (Driussi). Técnico: Marcelo Gallardo.
TIGRES – Guzmán; Jiménez (Guerrón), Juninho, José Rivas e Torres Nilo; Arévalo Ríos (Dueñas), Guido Pizarro, Jürgen Damm e Javier Aquino; Rafael Sóbis e Gignac. Técnico: Ricardo Ferreti.
GOLS – Lucas Alario, aos 44 minutos do primeiro tempo; Sánchez (pênalti), aos 29, e Funes Mori, aos 33 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Sánchez, Cavenaghi, Funes Mori e Lucas Alario (River Plate); Torres Nilo, José Rivas, Gignac, Jiménez e Juninho (Tigres).
ÁRBITRO – Darío Ubriaco (Fifa/Uruguai).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires (Argentina).