O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), defendeu nesta quinta-feira, 14, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o nome escolhido pela coligação para comandar o projeto presidencial liderado por Eduardo Campos deve assumir os mesmos compromissos defendidos pelo socialista, morto em acidente aéreo na manhã de ontem. “A Marina (Silva) ou qualquer outro dirigente do PSB tem que entender que, quando Eduardo fez essa opção (de se lançar candidato), ele se colocou como uma alternativa ao que aí está e não para ser uma sublegenda de quem quer que seja”, disse.
Para Roberto Freire, o objetivo da aliança é garantir um segundo turno nas eleições presidenciais a fim de tentar, juntamente com a oposição, a derrota do projeto liderado por Lula e pelo PT. “A candidatura de Campos era fundamental para isso”, afirmou.
Em 2010, após terminar em terceiro lugar o primeiro turno, com 19,6 milhões de votos (19,33% dos votos válidos), Marina e o PV, partido ao qual ela era filiada à época, optaram pela neutralidade no segundo turno.
O presidente do PPS não quis afirmar se Marina, até agora vice da coligação, seria a substituta natural para conduzir a chapa até ontem capitaneada por Campos. Ele disse que “provavelmente” vai haver uma predisposição de Marina para conversar sobre a indicação após o enterro do socialista. Ele observou que o prazo político é curto, uma vez que a campanha na televisão começa na próxima terça-feira, dia 19. Pela legislação eleitoral, a coligação tem até sábado, dia 23, para escolher, se quiser, uma nova chapa.
Roberto Freire ressaltou que a coligação está “de luto” e que, exceto as conversas para a divulgação da nota oficial de ontem, ainda não falou com nenhuma liderança do PSB ou de outros partidos da aliança sobre o futuro da chapa.
Apesar das especulações iniciais de que ele é um dos cotados para a candidatura à Presidência ou à vice da coligação, Roberto Freire indicou que não deve colocar seu nome à disposição. “Não estou pensando nisso por enquanto”, disse, ao lembrar que tem que voltar a “cuidar” da campanha à reeleição para a Câmara dos Deputados.
Por ora, o presidente do PPS não quis afirmar se, sem o presidenciável do PSB, a legenda poderia apoiar a candidatura do tucano Aécio Neves – em 2010, seu partido compôs a chapa do candidato do PSDB, José Serra.
Freire disse que a morte de Campos, em vez de levar candidatos estaduais do PSB a aderir a acordos informais para dar palanque à presidente Dilma Rousseff, pode levar uma maior coesão em prol do futuro candidato da coligação. Ele avaliou que a tendência nacional da aliança era ser de oposição ao governo Dilma.
“Você pode ter um certo afrouxamento de alguns (candidatos estaduais) que estariam vinculados (antes da morte de Campos), mas pode ter uma maior unidade como forma de reverência a Eduardo Campos”, disse. “Isso desmerece um plano B, ligado à Dilma”, completou.