Estadão

Rodada do Brasileirão tem manifestações contra racismo após ataques a Vini Jr. na Espanha

A oitava rodada do Brasileirão começou, neste sábado, com manifestações contra o racismo. Há uma semana, o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid e da seleção brasileira, foi alvo de insultos racistas na partida contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol. Nas partida Fortaleza x Vasco e Athletico-PR x Grêmio, os jogadores sentaram no gramado após o apito inicial em forma de protesto. O gesto faz parte da campanha de combate ao racismo promovida pela CBF e deve ser repetida em todos os outros jogos da rodada.

As equipes, além do trio de arbitragem, entraram em campo com camisas pretas com a frase "com racismo não tem jogo". O lema antirracista também está presente nas faixas dos capitães, nas moedas utilizadas pelos árbitros, nas bolas e nas placas de publicidade ao redor do campo.

O Flamengo vai aproveitar o duelo deste sábado, com o Cruzeiro, para também prestar apoio a Vinícius Júnior, revelado nas categorias de base do clube carioca. A equipe vai entrar em campo com a frase "Todos com Vini Jr." estampada na parte frontal da camisa. Um mosaico também está sendo preparado para ser exibido nas arquibancadas do Maracanã. A expectativa é que o confronto receba um público de cerca de 60 mil torcedores.

A CBF é a primeira entidade do mundo a adotar em seu Regulamento Geral de Competições a possibilidade de punição esportiva em casos de racismo. "Essa é a mensagem potente que queremos passar para toda a sociedade. Com racismo, não tem jogo. Contamos com o apoio de cada torcedor. Racismo é um crime brutal e deve ser banido dos estádios. Basta de preconceito", afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Principal jogador brasileiro em evidência na Europa, Vini Jr. voltou a ser vítima de racismo no encontro do Real Madrid com o Valencia, no domingo passado, em jogo do Campeonato Espanhol. Pelos atos racistas de parte de seus torcedores, o adversário do time merengue teve parte de suas arquibancadas interditadas pela Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) por três partidas e recebeu multa de 45 mil euros.

O fato ganhou repercussão mundial, com várias personalidades do esporte manifestando solidariedade ao atleta, como o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton, os jogadores Neymar e Mbappé, do Paris Saint-Germain, Pep Guardiola, técnico do Manchester City, e, ainda, Carlo Ancelotti, treinador do próprio Real Madrid. O episódio também foi repudiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o governo gederal pedindo explicações à embaixada da Espanha no Brasil sobre o caso.

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