A CPI da Covid avalia indiciar o presidente Jair Bolsonaro pelo uso de cloroquina durante o colapso do sistema em Manaus, afirmou o senador Rogério Carvalho (PT-SE). Os senadores pretendem reunir provas de que o governo federal, por ordem do próprio chefe do Planalto, promoveu o tratamento de pacientes com um medicamento sem eficácia científica comprovada contra a doença.
A CPI está ouvindo nesta terça-feira (15) o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo. Na semana passada, o governador do Estado, Wilson Lima, não foi à comissão após ser autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a não comparecer ao depoimento. Uma das controvérsias é verificar quando o governo do presidente Jair Bolsonaro foi informado sobre a falta de oxigênio na capital do Amazonas, no início deste ano – as versões apresentadas por autoridades do Ministério da Saúde até agora são contraditórias.
De acordo com Rogério Carvalho, o ex-secretário será questionado sobre o que poderia ter sido feito para evitar o colapso em Manaus, por que o governo estadual não adotou as medidas necessárias após envio de recursos do governo federal e se houve alguma orientação do Ministério de Saúde para viabilizar o atendimento à população ou utilizar cloroquina como medida de controle sanitário. "Se isso for confirmado, é muito grave e temos ainda um caminho para indiciamento do próprio presidente da República", afirmou o petista em entrevista coletiva antes do início da sessão.