O déficit em transações correntes em 2021 saltou US$ 18,4 bilhões, de US$ 27,9 bilhões (1,74% do PIB) para US$ 46,4 bilhões (2,88% do PIB) após revisões realizadas na série histórica, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 25. Em 2020, ano mais afetado pela pandemia de covid-19, o déficit foi de US$ 28,2 bilhões. As principais contribuições para o aumento do rombo registrado no ano passado decorreu da revisão extraordinária da conta de Transportes – Fretes, com incremento no gasto líquido de US$ 9,2 bilhões, e da alta de US$ 8,5 bilhões da remessa de lucros.
Os demais itens de revisão totalizaram acréscimo de US$0,8 bilhão ao déficit. Em 2022, a revisão aumentou o resultado deficitário acumulado entre janeiro e setembro de US$ 29,6 bilhões para US$ 39,4 bilhões, principalmente por conta da mudança na contas de transportes, que adicionou gasto líquido de US$ 8,9 bilhões. Até outubro, o rombo acumulado este ano é de US$ 44,039 bilhões.
A Política de Revisão das Estatísticas Econômicas Oficiais Compiladas pelo Departamento de Estatísticas (DSTAT) do Banco Central do Brasil estabelece revisão ordinária anual do balanço de pagamentos e da posição de investimento internacional (PII) nos meses de julho e novembro. Neste ano, porém, devido à greve dos servidores do BC, que atrasou a divulgação das estatísticas, a revisão de julho foi feita conjuntamente com a deste mês.
No caso das revisões extraordinária de Transportes – Fretes (1997-2022) e em contas afetadas por transações liquidadas diretamente no exterior, sem contratos de câmbio (2010-2016), foram incorporadas novas fontes de dados, houve ampliação da cobertura e aperfeiçoamento dos processo de compilação das estatísticas.
Com a revisão em 2021, os déficits em renda primária e em serviços foram revistos, respectivamente, de US$50,5 bilhões para US$59,0 bilhões, e de US$17,1 bilhões para US$27,0 bilhões.
<b>IDP</b>
Quanto ao Investimento Direto no País (IDP), a revisão de 2021 não gerou alterações, mantendo-se em US$ 46,4 bilhões, mesmo valor revisto do déficit em transações correntes.
Já no acumulado de 2022, o fluxo foi reduzido de US$ 70,7 bilhões para US$ 68,4 bilhões após a revisão, por conta de informações retroativas quanto a amortizações de operações intercompanhia por meio de exportação de mercadorias. Até outubro, a entrada é de US$ 73,954 bilhões.