Romário pausou a aposentadoria em abril, aos 58 anos, e entrou na lista de inscritos pelo América-RJ na Série A2 do Campeonato Carioca. O senador, que também é presidente do clube, viu do banco de reservas a vitória da equipe por 2 a 0 na partida de sábado contra o Petrópolis na estreia do torneio.
O Baixinho não entrou em campo, mas não pôde deixar de notar as diferenças entre o futebol praticado quando estava no auge e o atual. Em entrevista recente, o campeão mundial esbanjou sinceridade ao abordar o assunto. "O meu sucesso seria maior hoje porque os caras são muito burros. Correm demais", disse Romário à agência Efe.
O atacante esteve em atividade como atleta profissional de 1985 a 2008 e tem passagem por clubes como Vasco, Flamengo, Fluminense e Barcelona. Além disso, balançou as redes 1.002 vezes (772 delas em partidas oficiais). "Tenho certeza que atualmente marcaria mais de dois mil gols", disse Romário. "Na minha época, o futebol era físico também, sempre foi assim, mas os jogadores eram mais técnicos e muito mais inteligentes", ressaltou ele.
Outra coisa que mudou com o passar do tempo foi a relação entre os jogadores e o público, principalmente com as mídias online. O senador analisou que as redes sociais poderiam ser um divisor de águas e alterar o rumo de sua carreira se os períodos coincidissem.
"Gostava muito de festejar. Atualmente gosto um pouco menos, porque tenho menos tempo. Hoje, eu não teria condições de viver dessa forma como jogador de futebol, porque a globalização, a internet, com Instagram, Facebook, Twitter Essas coisas iriam me arruinar", pontuou ele.
Romário agora divide a rotina como parlamentar com os compromissos administrativos e técnicos no América-RJ. Como presidente, um dos principais objetivos é recolocar o time na elite do futebol do Rio de Janeiro. Para conquistar o acesso, a equipe precisa ser campeã da segunda divisão carioca.