Cristiano Ronaldo é frequentemente alvo de críticas, seja por seu estilo, necessidade de ser notícia ou comportamento fora de campo. Mas mesmo os menos entusiastas do português tiveram que se render nesta terça-feira e aplaudir a atuação decisiva de um dos grandes nomes do futebol dos últimos tempos. Depois da surpreendente derrota por 2 a 0 para o Wolfsburg fora de casa, na semana passada, o melhor jogador do mundo de 2008, 2013 e 2014 assumiu a responsabilidade e marcou os três gols da vitória por 3 a 0, no Santiago Bernabéu, que levou o Real Madrid às semifinais da Liga dos Campeões.
Os três gols desta terça levaram Cristiano Ronaldo a 16, na ponta da artilharia da Liga dos Campeões, simplesmente o dobro dos segundos colocados Luis Suárez e Lewandowski. Ao Real, a atuação de gala do português evitou uma grande zebra e significou a sobrevivência na busca pela 11.ª conquista de Liga dos Campeões de sua história.
E se precisava de ao menos dois gols para seguir vivo na Liga dos Campeões, o Real foi arrebatador no início da partida. A primeira chance veio logo aos cinco minutos. Após escanteio da esquerda, Sergio Ramos desviou de cabeça na primeira trave, a bola subiu muito e parecia que não levaria perigo, mas tocou na parte de cima do travessão.
A zaga do Wolfsburg conseguia combater as investidas madrilenhas, mas só até os 14 minutos, quando sofreu o primeiro. Carvajal avançou pela direita, tentou o cruzamento, mas parou na zaga. Ele mesmo ficou com a sobra e repetiu a tentativa. A bola voltou a tocar no marcador, mas desta vez apenas um leve desvio, que traiu Dante e Naldo e deixou Cristiano Ronaldo sozinho para tocar para a rede.
O gol assustou o Wolfsburg e levou o Real ao ataque. Menos de um minuto depois, a zaga alemã precisou cortar cruzamento de Modric que iria na cabeça de Cristiano Ronaldo. Só que na cobrança de escanteio, o português se lançou à bola, ganhou na velocidade dos zagueiros e subiu com estilo para desviar cruzado e marcar o segundo.
Com o confronto igualado no agregado, o Real diminuiu a pressão. Só assustou novamente aos 28, quando Benzema arrancou pela esquerda, cortou para o meio e exigiu boa defesa de Benaglio. O Wolfsburg, por sua vez, abandonou a retranca, passou a tocar mais a bola e assustou aos 33 minutos, quando Luiz Gustavo arriscou de longe, com força, e exigiu grande defesa de Navas.
Os alemães equilibraram o duelo e tiveram a melhor oportunidade aos 37. Após boa jogada pela esquerda, Bruno Henrique foi acionado dentro da área. O brasileiro poderia ter batido de primeira, mas dominou, acabou demorando muito para bater e Marcelo apareceu para travar. Ainda assim, a bola passou perto da trave.
O Real voltou para o segundo tempo sufocante, atacando o Wolfsburg, que só se defendia. Aos 20, o time espanhol quase marcou em lance incrível. Sergio Ramos tocou de cabeça após escanteio da esquerda, a bola tocou na trave e passaria nas costas de Benaglio para morrer na rede. Mas o goleiro mostrou reflexo, conseguiu dar um tapa nela e a buscou entre as pernas. Reclamação dos madrilenhos, que viram a bola entrar, e alívio dos alemães.
Quem nem Benaglio e nem o Wolfsburg conseguiam parar era Cristiano Ronaldo, e aos 31 minutos o português decidiu o confronto. Ele cobrou falta da intermediária sem muita força, mas a bola passou no meio da barreira, entre Naldo e Guilavogui, matando o goleiro e entrando no canto esquerdo.
O terceiro gol fez o Wolfsburg se lançar ao ataque, e o Real Madrid aproveitou os contra-ataques. Aos 38, Benzema limpou pela esquerda e quase ampliou, mas parou em Benaglio. Aos 41, Jesé, que havia acabado de entrar na vaga do francês, foi quem exigiu mais uma última linda defesa do goleiro.