Os dados de crédito de julho mantiveram a trajetória de piora já assinalada há algum tempo e justificam as medidas que foram tomadas recentemente pelo Banco Central (BC), segundo a Rosenberg Associados. “O crédito livre continua indo de mal a pior”, destaca nota da consultoria.
De acordo com a Rosenberg, descontada a inflação, a concessão de crédito livre para pessoa física teve queda de 0,9% no sétimo mês do ano em relação a julho de 2013. Em junho, na mesma base de comparação, houve recuo de 0,1%, quando registrou o primeiro declínio desde dezembro de 2004, ressalta. Para pessoa jurídica, mostrou retração interanual pelo terceiro mês consecutivo, também de 0,9%, segundo análise da consultoria sobre a Nota de Crédito do BC relativa a julho.
Apesar das ações adotadas recentemente pelo Banco Central, a perspectiva de crescimento real do crédito continua comprometida, segundo a consultoria. Para os economistas, a atuação do BC provavelmente conseguirá, no máximo, destravar o crédito. “As medidas visam, especificamente, liberar um pouco mais de espaço para os bancos pequenos e médios atuarem, mirando numa melhora do crédito para capital de giro para as empresas e para o setor de veículos, especialmente”, escrevem os economistas. “Mas não devem ser suficientes para reverter a trajetória de retração do crédito livre em termos reais. Se frear o processo de queda, terão sido bem-sucedidas”, completa nota da Rosenberg.