O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou nesta segunda-feira, 28, que entrará em contato com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para formar uma mesa de negociação entre a empresa, o governo e o sindicato que representa seus trabalhadores, de forma a evitar demissões. Em nota, Rossetto disse que vai apresentar “alternativas” às demissões, como o Plano de Proteção ao Emprego (PPE), criado pelo governo Dilma Rousseff neste ano.
O plano consiste na redução temporária da jornada de trabalhadores de empresas em dificuldades – junto dessa menor carga de trabalho há um corte de salários, compensado em parte pelo governo, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, que representa os 11 mil operários da CSN, já disse ser favorável ao acordo. Segundo o presidente da entidade, Silvio Campos, as demissões devem ser de 3 mil trabalhadores e estão programadas para ocorrer na semana que vem.
Em carta entregue à Rossetto nesta segunda, o sindicalista afirmou que a CSN “não pode continuar a receber bilhões de reais a título de empréstimo do BNDES, a juros subsidiados e continuar a demitir seus empregados, de forma perversa e ilegal”.
Procurada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a CSN respondeu em nota, por meio de sua assessoria de imprensa. “A CSN está negociando com o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e Região medidas necessárias para enfrentar o desafiador cenário econômico brasileiro e mundial. Durante todo o ano de 2015, a CSN fez enormes esforços para manter os níveis de emprego e foi uma das poucas empresas do seu setor a não realizar ajustes em sua produção.”
O ministro ficou de entrar em contato com o presidente da CSN, o empresário Benjamin Steinbruch, ainda nesta segunda para convocar uma reunião para o início de janeiro e solicitar que as demissões não ocorram antes do encontro.