Estadão

Rússia ataca Kiev e consolida avanços no Leste do país

A Rússia atacou Kiev na madrugada deste domingo e atingiu pelo menos dois edifícios residenciais, disse o prefeito da capital ucraniana, Vitali Klitschko. Esta foi a primeira investida com sucesso dos russos sobre a cidade desde 5 de junho. Em outras frentes, tropas russas consolidaram os avanços no Leste do país.

Jornalistas da Associated Press em Kiev viram os serviços de resgate combatendo as chamas e resgatando civis. De acordo com a promotoria geral, havia uma pessoa morta e quatro feridas; Klitschko declarou que quatro pessoas foram hospitalizadas com ferimentos e uma menina de 7 anos foi resgatada com vida dos escombros. Uma escola infantil próxima ao local também foi atingida, com uma cratera em seu pátio.

Um membro do parlamento ucraniano, Oleksiy Goncharenko, escreveu no Telegram que "segundo dados preliminares, 14 mísseis foram lançados contra a região de Kiev". O porta-voz da Força Aérea, Yuriy Ignat, disse que os ataques ocorreram com mísseis de cruzeiro lançados a partir de aviões sobre o Mar Cáspio.

O prefeito de Kiev disse aos jornalistas que acreditava que "talvez seja um ataque simbólico" antes da próxima cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Madri, de terça a quinta-feira (28 a 30 de junho). Outras duas explosões foram ouvidas mais tarde em Kiev, mas a causa e possíveis baixas ainda não foram esclarecidas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi questionado sobre o ataque a Kiev enquanto estava com o chanceler alemão, Olaf Scholz, na abertura da cúpula do G7, na Alemanha. "É mais uma parte da barbárie deles", declarou Biden. Ele também disse que o grupo das principais economias globais pretende anunciar a proibição das importações de ouro da Rússia.

Em meio aos ataques a Kiev, as forças russas também batalharam para tomar de vez o último reduto ucraniano remanescente na região de Luhansk, no Leste. Neste sábado, a Rússia já havia assumido o controle total da cidade de Severodonetsk, incluindo uma fábrica química na qual tropas e centenas de civis ucranianos tinham se escondido.

O governador de Luhansk, Serhiy Haidai, afirmou neste domingo que a Rússia estava realizando intensos ataques aéreos à cidade adjacente de Lysychansk, destruindo sua torre de televisão e danificando seriamente uma ponte rodoviária. "Há muita destruição – Lysychansk é quase irreconhecível", publicou no Facebook.

O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, disse no sábado que as forças separatistas apoiadas pela Rússia agora controlam Severodonetsk e os vilarejos que a cercam. Ele acrescentou que a tentativa das forças ucranianas de transformar a fábrica Azot em um "centro teimoso de resistência" havia sido frustrada.

<i>(Com Associated Press)</i>

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