A Rússia incluiu o ex-campeão mundial de xadrez exilado nos Estados Unidos Garry Kasparov, crítico do presidente Vladimir Putin, na sua lista de pessoas declaradas "terroristas e extremistas", segundo uma nota do serviço de vigilância financeira russo consultada pela <i>AFP</i> nesta quarta-feira, 6.
"Uma honra que diz mais sobre o regime fascista de Putin que sobre mim", reagiu Kasparov em sua conta no X, com um milhão de seguidores. "O extremismo na defesa da liberdade não é um vício; a moderação na busca da justiça não é uma virtude", acrescentou, citando uma frase do político americano Barry Goldwater (1909-1998).
Nascido em 1963 no Azerbaijão, então parte da União Soviética, Garry Kasparov foi um dos maiores jogadores de xadrez da história, campeão mundial entre 1985 e 2000, antes de se tornar um feroz adversário de Putin. Em 2013, temendo ser processado, deixou a Rússia e agora vive nos Estados Unidos, de onde continua denunciando o governo russo e a sua guerra na Ucrânia.
Em 2022, Kasparov foi designado "agente estrangeiro" na Rússia, rótulo usado maciçamente contra opositores, geralmente jornalistas e ativistas, que são submetidos a procedimentos administrativos tediosos na Rússia. A maioria dos outros opositores proeminentes russos está presa.
Kasparov é famoso por seu longo duelo na década de 1980 contra outra lenda do xadrez soviético, Anatoly Karpov. Karpov, por outro lado, foi eleito deputado pelo partido do presidente russo, a quem apoia publicamente.
Há duas semanas, depois de tomar conhecimento da morte na prisão do líder opositor russo Alexei Navalni, Kasparov não hesitou em acusar o presidente russo, Vladimir Putin. "Putin é o assassino de Navalni", escreveu Kasparov na rede social X. (Com agências internacionais).