Estadão

Rússia prende cidadã russa-americana após ela doar US$ 50 para ONG pró-Ucrânia

Uma mulher com dupla nacionalidade da Rússia e dos Estados Unidos foi presa sob acusações de cometer traição estatal por supostamente ter ajudado a arrecadar fundos para o Exército ucraniano, informou nesta terça-feira, 20, o Serviço Federal de Segurança (FSB), segundo as agências de notícias estatais da Rússia.

"O Serviço Federal de Segurança acabou em Yekaterimburgo com as atividades de uma residente de Los Angeles de 33 anos, que tem dupla cidadania, russa e americana", destacou o FSB, citado pelas agências.

A mulher, que não teve a identidade revelada, foi detida no âmbito de uma investigação por "traição". Segundo o comunicado do FSB citado pelas agências, a acusada "arrecadou fundos de forma proativa para uma organização ucraniana, que posteriormente foram utilizados para comprar produtos médicos táticos, equipamentos, meios de destruição e munições para as Forças Armadas ucranianas".

Perviy Otdel, um grupo de advogados russos especializados em casos envolvendo acusações de traição e outras alegações politicamente carregadas, disse que a mulher foi acusada de traição por enviar pouco mais de US$ 50 para a Razom for Ukraine, uma organização sem fins lucrativos com sede em Nova York que envia assistência ao país.

A agência estatal Ria Novosti divulgou fotos de uma mulher algemada e conduzida sob escolta por agentes do FSB. O FSB indicou que a mulher agiu "contra a segurança" do país.

Na Rússia, o crime de traição pode ser punido com até 20 anos de prisão. Atualmente, vários cidadãos americanos estão detidos no país, incluindo o jornalista Evan Gershkovich, que trabalha para o <i>Wall Street Journal</i>. Gershkovich foi detido no ano passado e acusado de espionagem, o que o jornalista, o WSJ e o governo americano negam.

A detenção de cidadãos americanos em solo russo nos últimos anos levantou suspeitas de que o Kremlin os vê como ativos valiosos a serem negociados em troca de russos mantidos sob custódia nos Estados Unidos e em outros países ocidentais. O presidente russo, Vladimir Putin, já expressou a intenção de negociar uma troca de prisioneiros. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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