A Rússia ampliou neste domingo, 22 sua ofensiva no leste da Ucrânia, que já enfrenta quatro meses de guerra. O negociador russo, Vladimir Medinski, afirmou que seu país está disposto a retomar as conversações de paz e assegurou que elas foram suspensas por causa de Kiev.
"Do nosso lado, estamos dispostos a continuar o diálogo", disse Medinski a uma TV belarussa. "A Rússia nunca rejeitou as negociações." Até o momento, foram realizadas várias reuniões, mas sem resultados.
"Os russos estão voltando todos seus esforços para conquistar Severodonetsk", afirmou o governador de Luhansk, Sergei Gaidaim, referindo-se a uma cidade estratégica para se conquistar toda a região. "A cidade está sendo destruída, como antes destruíram Rubizhn e Popasna", denunciou.
Segundo a presidência ucraniana, os bombardeios russos atingiram as cidades de Mykolaiv, Kharkiv e Zaporizhia na noite de sábado. O Estado-Maior ucraniano informou no domingo que o Exército russo seguia com seus ataques com mísseis e bombardeios aéreos em todo território e até "aumentou a intensidade, usando a força aérea para destruir infraestruturas cruciais".
O presidente polonês, Andrzej Duda, visitou Kiev no domingo e assegurou que, a partir de agora, será impossível lidar com a Rússia "como sempre se fez".
"Depois de Bucha, Borodianka, Mariupol, não pode haver mais negócios como de costume com a Rússia", declarou ao Parlamento ucraniano, em Kiev. Duda é o primeiro chefe de Estado estrangeiro a visitar a Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
<b>MASSACRES</b>
Em Bucha e Borodianka, ocupadas e posteriormente abandonadas pelo Exército russo, centenas de civis foram encontrados mortos. E a cidade portuária de Mariupol foi deixada em ruínas após meses de cerco e de bombardeios incessantes que mataram pelo menos 20 mil civis, segundo as autoridades ucranianas. O presidente polonês também disse que não descansará "até que a Ucrânia seja membro da União Europeia".
Nesta segunda-feira, 23, Zelensky discursará por videoconferência no Fórum Econômico de Davos. Há expectativa de que ele use a oportunidade para pedir mais ajuda a Kiev. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>