Estadão

Rússia trouxe crematórios móveis para a Ucrânia, diz Zelenski

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou nesta quinta-feira, 3, que tropas russas enviaram câmaras para cremar os soldados russos mortos em combate no país invadido e não enviar os corpos de volta. Zelenski ainda questionou se as mortes russas estavam sendo contadas. "Eles trouxeram câmaras para cremar os mortos", disse. "Eles não vão mandar os corpos para as suas famílias, para as mães."

Além do líder ucraniano, o ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, afirmou ao jornal inglês <i>The Telegraph</i>, uma semana antes de Zelenski, que a Rússia estaria usando crematórios móveis na invasão, mas não há evidências divulgadas do uso.

O Ministério da Defesa britânico divulgou imagens de um crematório montado em veículo com espaço para cremar um corpo humano de cada vez. O vídeo publicado pelo <i>Telegraph</i> foi originalmente publicado em 2013 pela empresa russa Turmaline, localizada em São Petersburgo. No site, a empresa diz que faz máquinas "para resíduos biológicos (cremadores, inclusive móveis)".

O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, ainda sugeriu ao Telegraph que o uso do sistema pode ser uma maneira de o Kremlin encobrir quaisquer perdas futuras em combate.

Os primeiros rumores de que os russos poderiam estar usando tal recurso são de 2015, quando o então chefe da agência de segurança da Ucrânia, Valentyn Nalyavaichenko, disse que sete crematórios móveis entraram em áreas ocupadas por exércitos rebeldes na Ucrânia, no mês de janeiro. Segundo ele, as unidades poderiam queimar "oito a dez corpos por dia".

À imprensa ucraniana, Nalyavaichenko disse que o serviço de telefone recebia um grande número de cidadãos russos que estavam procurando seus parentes ou soldados do país que estavam sendo enviados para a Ucrânia.

Naquele mesmo ano, o ex-presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos EUA, Mac Thornberry, disse à <i>Bloomberg</i> em 2015 que a Rússia estava usando crematórios móveis para esconder as fatalidades do mundo e dos próprios russos. Ele disse que viu as evidências, mas que não poderia comentar sobre informação confidencial.

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