Noticia-geral

Ruas ficam esvaziadas durante a votação

Em contraste com a multidão que tomou as ruas nos momentos importantes do processo que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff, no ano passado, as principais capitais brasileiras não registraram grandes atos no dia da votação na Câmara que poderia resultar no afastamento de Michel Temer do cargo.

Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios, tradicional palco de manifestações, ficou esvaziada durante todo o dia, nesta quarta-feira, 2. Houve apenas um pequeno grupo de manifestantes, com cerca de 200 pessoas, que usou cartazes e faixas defendendo o avanço da denúncia contra o presidente Michel Temer.

O grupo era ligado a Avaaz, uma organização não governamental, tradicionalmente conhecida pelas petições que divulga via internet. Foi a primeira vez que a organização de origem canadense decidiu entrar de forma direta em uma mobilização política nacional.

A decisão, segundo Diego Casaes, coordenador de campanha da Avaaz no Brasil, foi tomada após a organização fazer uma pesquisa sobre o assunto com membros brasileiros. “Houve uma sinalização clara de que todos são favoráveis à apuração da denuncia contra o presidente. O combate à corrupção sempre foi uma prioridade nossa no Brasil. Por isso, decidimos liderar a campanha”, comentou.

Sozinho

Pela manhã, apenas um manifestante compareceu. O mineiro André Rhouglas, de 56 anos viajou por 15 horas, de ônibus, a distância de 910 quilômetros que separam Ponte Nova (MG) e Brasília para estar presente no gramado do Congresso e pedir a saída do presidente. Encontrou a grama seca e um vazio absoluto da Esplanada. Nenhum outro manifestante estava lá.

“É uma frustração muito grande”, disse ele, que trabalha como pedreiro, garçom, pintor e desenhista de faixas. “Brigamos tanto em 2013 por causa de 20 centavos. Hoje não mexemos nem um dedo por centenas de bilhões que são roubados todos os dias. Ficamos parados no sofá, olhando tudo e reclamando, sem fazer nada”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Posso ajudar?