Após subir 0,38%, na máxima diária aos 106.418,85 pontos, o Ibovespa passou a cair, indo à mínima dos 105.121,74 pontos (-0,84%), em meio a ruídos políticos, em dia de expectativa de envio do texto do novo arcabouço fiscal ao Congresso Nacional.
Apesar da alta das bolsas em Nova York e das ações ligadas a commodities, na esteira de balanços trimestrais fortes nos Estados Unidos e dados de atividades da China, o Índice Bovespa tem dificuldade em definir tendência e em defender a marca dos 106 mil pontos.
"Hoje é um dia bem decisivo para o arcabouço fiscal que agitou os mercados. Tem ainda a China, com dados acima do esperado, e os lucros de grandes bancos nos Estados Unidos", avalia Bruna Centeno, economista, sócia e advisor da Blue3 Investimentos.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o encaminhamento da nova regra fiscal será entregue hoje diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além da informação de que a proposta do arcabouço pode excluir aportes em estatais, enfermagem e série de itens de limite de gastos, segundo reportagem da <i>Folha de S. Paulo</i>, Bruna cita as falas do presidente Lula em relação à guerra na Ucrânia como ruídos que limitam os ganhos do Ibovespa.
"Tudo isso sinaliza algum conflito na economia, mas ainda são apenas ruídos, o dia tende a ser positivo para empresas ligadas a commodities", afirma a economista e sócia e advisor da Blue3 Investimentos.
Por ora, o Índice Bovespa mira uma sequência de quatro sessões seguidas de realização de lucros discreta, depois de subir mais de 5% na semana passada. Ontem, fechou em baixa de 0,17%, aos 106.279,37 pontos.
Ainda fica no radar os dados de produção e vendas do primeiro trimestre de 2023 da Vale, que saem depois do fechamento da B3. Relatório do Bradesco BBI sugere que o resultado da mineradora não deve ser nada inspirador. A instituição estima, por exemplo, queda dos embarques de minério entre janeiro e março de 2023, por conta da sazonalidade.
Na China, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,5% entre janeiro e março deste ano, acima da previsão de 4,0% dos analistas, enquanto as vendas varejistas do país subiram 10,6%, também superando as expectativas.
"A despeito do menor crescimento dos investimentos e da produção industrial, além dos sinais que o mercado imobiliário segue com dificuldades, o crescimento acima do esperado do PIB chinês apoiado no consumo ajuda a impulsionar os preços dos ativos de risco", avalia em nota a MCM Consultores.
As bolsas europeias e dos EUA sobem ainda estimuladas pelos lucros trimestrais melhores do que o esperado do Bank of America e Johnson & da Johnson & Johnson (J&J). Na Ásia, os mercados de ações fecharam com sinais divergentes após os resultados destoantes dos dados chineses. Já os juros dos títulos americanos caem, reforçando a busca por ativos de risco, atentos ao indicador do setor imobiliário e à espera de falas de membros do Fed. Os investidores buscam afinar suas apostas para os juros norte-americanos antes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em maio.
Às 11h17, o Ibovespa subia 0,02%, aos 106.036,03 pontos, depois de subir 0,38%. Vale tinha alta de 0,63%, enquanto Petrobras tinha elevação de 1,09% (PN) e de 1,20% (ON).