O Ministério de Defesa da Rússia informou que seus aviões de combate do país começaram a retornar da Síria nesta terça-feira. Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, surpreendeu ao anunciar que Moscou iria retirar boa parte de suas forças militares do território sírio.
Segundo comunicado das Forças Armadas russas, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, determinou que aeronaves voltassem ao território russo a partir desta terça-feira. Não está claro por quanto tempo a retirada de forças russas continuará nem quantas tropas e aeronaves russas permanecerão na Síria.
Antes de Putin lançar a campanha aérea em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, no fim de setembro, a Rússia já mantinha um contingente de assessores militares no país para auxiliar as forças do governo local. Um porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na noite de segunda-feira que a Rússia deve manter duas bases no país, a base aérea em Hmeimin, perto da cidade portuária de Latakia, e a base naval em Tartus.
O anúncio de Putin coincidiu com o momento do início das conversas de paz em Genebra para tentar um acordo para acabar com o conflito de cinco anos. Peskov disse que a retirada foi decisão do governo russo, não um pedido de Assad.
A novidade surpreendeu também autoridades dos Estados Unidos. Em telefonema na segunda-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse a Putin que mais ações ofensivas na Síria poderiam ameaçar o cessar-fogo e o nascente processo de paz.
Observadores dizem que Putin parece usar a campanha síria como forma de acabar com o isolamento internacional da Rússia, ao oferecer uma frente comum contra o Estado Islâmico, que controla territórios na Síria e no Iraque. Autoridades ocidentais acusam, porém, as forças russas de também atacar oposicionistas sírios moderados. Fonte: Dow Jones Newswires.