A campanha de ataques aéreos da Rússia na Síria pode levar de três a quatro meses, disse nesta sexta-feira o diretor do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados russa, Alexei Pushkov. “Há sempre o risco de se ver atolado, mas em Moscou estamos falando sobre uma operação de três a quatro meses”, afirmou Pushkov em entrevista à rádio francesa Europe 1, acrescentando que a intensidade dos ataques era importante.
Pushkov criticou a coalizão ocidental por bombardear posições do Estado Islâmico na Síria há um ano “sem resultados”.
Hoje, o Ministério da Defesa russo informou que os ataques aéreos continuaram contra alvos na Síria. A força aérea russa lançou 18 ataques nas últimas 24 horas, atingindo 12 posições do Estado Islâmico, destruindo postos de comando, um centro de comunicações e um estoque de armas. Um dos alvos destruídos foi um posto de comando em Raqqa, no centro-norte sírio.
As informações são divulgadas no dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, se reúne com líderes da França, da Alemanha e da Ucrânia, para conversas em Paris.
Na quarta-feira, a Rússia anunciou uma campanha de ataques aéreos na Síria, aprovada rapidamente pelo Parlamento em Moscou, após Putin pedir permissão para usar a força militar russa no exterior. Inicialmente, o presidente disse que os ataques aéreos seriam limitados, mas devem durar enquanto estiver em vigor a ofensiva do Exército sírio. A Rússia é uma aliada do regime do presidente sírio, Bashar Assad.
Os Estados Unidos acusam a Rússia de atingir outros grupos contrários ao regime de Assad, incluindo rebeldes apoiados pelos norte-americanos. As autoridades russas dizem atacar o Estado Islâmico e “outros grupos terroristas”.
Os ataques aéreos podem aumentar o número de pessoas que deixam a Síria, buscando refúgio na Europa. Uma coalizão liderada pelos EUA também ataca posições do Estado Islâmico no país. Na quinta-feira, autoridades dos dois países realizaram uma teleconferência de quatro horas para discutir como garantir que as duas operações não entrem em conflito entre si. Fonte: Dow Jones Newswires.
