A Rússia criticou nesta sexta-feira medidas punitivas adotadas pelos EUA e Reino Unido nos últimos dias e revelou planos de incluir mais cidadãos americanos numa lista negra de Moscou e de expulsar diplomatas britânicos, agravando o atual conflito com o Ocidente.
O governo russo enfrenta crescente indignação internacional desde que foi revelado o caso do envenenamento de um ex-agente duplo russo no Reino Unido. Já o presidente dos EUA, Donald Trump, que ontem se juntou a um grupo de líderes internacionais que condenaram o ataque ao ex-espião, anunciou ontem uma primeira rodada de sanções contra entidades e indivíduos russos, pela interferência de Moscou na campanha presidencial dos EUA em 2016 e por ataques cibernéticos a partes fundamentais da infraestrutura americana, incluindo redes elétricas.
O presidente russo, Vladimir Putin, que deverá ganhar um novo mandato na eleição presidencial de domingo (18), tem sido favorecido pelas tensões com o Ocidente, se promovendo como um líder que tem condições de enfrentar a Europa e os EUA.
Moscou vai ampliar o número de americanos sob sanção na lista do Kremlin, em resposta à atitude de Washington, afirmou hoje o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, acrescentando que poderão haver outras ações retaliatórias, “de acordo com nossos interesses”.
Já o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, confirmou que Moscou irá expulsar um número indeterminado de diplomatas britânicos, depois da decisão da primeira-ministra britânica, Theresa May, de anunciar a expulsão de 23 diplomatas russos.
Segundo o embaixador russo em Londres, Alexander Yakovenko, a expulsão reduzirá o corpo diplomático russo na capital inglesa em 40%.
A decisão de May, anunciada na quarta-feira, veio por suspeitas de que Moscou está por trás do envenenamento, no último dia 4, do ex-espião russo Sergei Skripal, que trabalhou para o serviço de inteligência britânico, e de sua filha Yulia, numa cidade no sul da Inglaterra. Ontem, a Casa Branca emitiu um comunicado conjunto com Reino Unido, Alemanha e França condenando a Rússia pelo ataque. Fonte: Dow Jones Newswires.