A Rússia tem ampliado sua presença militar na fronteira oeste do país, com o envio de dezenas de milhares de soldados para bases recém-construídas que ficam bastante próximas da Ucrânia. A operação é realizada no momento em que Moscou segue na disputa para controlar a península da Crimeia, na região do Mar Vermelho.
O Kremlin diz que a mudança nas tropas é parte de uma estratégia para conter supostas ameaças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Analistas militares avaliam que o fato parece ser um esforço para manter uma postura militar mais robusta e permanente perto da Ucrânia, onde os russos já realizaram intervenções militares encobertas, ao apoiar separatistas pró-Moscou, com o objetivo de manter a influência sobre o vizinho. “Os planos da Rússia em relação à fronteira ucraniana mostram uma intenção real de usar a força se necessário”, afirmou Anton Lavrov, analista de defesa do centro de estudos CAST, que fica na capital russa. “Eles querem construir a primeira linha de assistência da Rússia se os rebeldes favoráveis aos russos no leste da Ucrânia precisarem de ajuda.”
O Ministério da Defesa russo não quis comentar o assunto. Militares dos Estados Unidos disseram que não detectaram sinais de uma ameaça iminente. Segundo alguns analistas sediados nos EUA, a Rússia planeja reorientar suas forças para potenciais áreas de conflito, mas isso não necessariamente indica atividade militar iminente.
A violência no leste ucraniano continua, apesar das tentativas de cessar-fogo de líderes europeus. Na quinta-feira, a Ucrânia informou que três de seus soldados haviam sido mortos nas últimas 24 horas.
A Rússia ainda se prepara para realizar grandes exercícios militares anuais perto da fronteira ucraniana, em setembro. Fonte: Dow Jones Newswires.