A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) afirmou nesta terça-feira que a Rússia retirou uma quantidade considerável de tropas do leste da Ucrânia, apesar de alguns soldados terem permanecido. Enquanto isso, os rebeldes apoiados por Moscou na região disseram ter começado a recuar com sua artilharia, após o Exército ucraniano fazer o mesmo.
Os desenvolvimentos evidenciaram ainda mais que a paz poderia estar se instalando na fronteira entre os dois países, mesmo com a existência de alguns conflitos esparsos e acusações mútuas de violação do cessar-fogo instalado há duas semanas e meia.
“Houve um recuo significativo das forças convencionais russas”, disse o porta-voz da OTAN, tenente-coronel Jay Janzen. Segundo ele, o número exato de soldados retirados era difícil de estimar e as forças especiais do Kremlin continuavam operando na Ucrânia. “Está claro que os aliados da OTAN precisam permanecer vigilantes”, ele acrescentou.
A Rússia não comentou as alegações da organização. O país nega insistentemente que tenha enviado tropas à Ucrânia, embora reconheça que alguns soldados possam ter ido participar do conflito enquanto estavam de férias.
Na semana passada, Kiev e os rebeldes pró-Moscou concordaram em implementar uma zona neutra de quase 30 quilômetros ao longo da fronteira com a Rússia para reduzir a tensão e reforçar a trégua assinada no dia 5 de setembro. A desconfiança entre as partes, no entanto, gerou dúvidas sobre o processo.
Ao mesmo tempo, um líder rebelde afirmou que eles haviam recuado com sua artilharia – “mas apenas nas áreas onde as unidades regulares da Ucrânia fizeram o mesmo”. “Onde a Ucrânia não retirou sua artilharia, nós também não tiramos”, disse o primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexander Zajarshenko.
O governo ucraniano não comentou imediatamente sobre as alegações de Zajarshenko. O porta-voz do Ministério da Defesa, coronel Andriy Lysenko, disse na segunda-feira que as preparações para o recuo das forças estavam a caminho. Fonte: Associated Press.