Estadão

Russos avançam no cerco a cidade estratégica no centro do país

As forças ucranianas impediram ontem os russos de assumir o controle de novas cidades. Mas a Rússia continua a fazer avanços menores em várias frentes e parece estar mirando um alvo crítico no centro da Ucrânia: a cidade de Dnipro.

Dnipro ocupa uma posição importante. Se as tropas russas puderem avançar tanto do norte, perto de Kharkiv, quanto do sul, da Crimeia, elas podem isolar as forças ucranianas que lutam na região de Donbas, no leste, ou forçá-las a recuar.

Se as forças ucranianas no leste ainda não estiverem se retirando, elas podem ser cercadas e destruídas em breve, de acordo com uma análise de Konrad Muzyka, da Rochan Consulting.

O esforço russo no sul da Ucrânia fez o maior progresso desde que a invasão começou, há 13 dias, e as forças russas continuaram a pressionar o norte de Melitopol depois de assumir o controle da usina nuclear de Zaporizhzhia, no dia 4.

Tropas russas controlam a pequena cidade de Polohy, que está sem aquecimento, eletricidade ou água corrente há seis dias, de acordo com um comunicado divulgado ontem por Ivan Arefiev, porta-voz da administração militar regional.

Um dos objetivos dos avanços recentes parece ser a união de três grupos de forças russas: tropas do sul, provenientes da Crimeia; soldados movendo-se para sudeste, perto de Kharkiv; e separatistas apoiados pela Rússia empurrando a linha de frente na região de Donbas.

Mariupol, uma cidade na costa sul da Ucrânia, ainda resiste ao cerco russo que deixou os moradores sem eletricidade ou serviços básicos. É a última cidade entre a unificação dos separatistas que atacam do leste e as tropas russas que avançam da Crimeia.

O prefeito de Mariupol, Vadim Boitchenko, denunciou ontem que uma menina de 6 anos morreu de desidratação nas ruínas de sua casa.

Não se sabe há quanto tempo a menina, chamada Tanya, ficou presa nos escombros, onde sua mãe também foi encontrada morta. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, também falou sobre a morte da menina. "Talvez pela primeira vez desde a invasão nazista, uma criança morreu de desidratação", disse. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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