Autoridades russas criticaram intenção do presidente norte-americano Donald Trump de retirar os Estados Unidos do tratado de controle de armas nucleares com a Rússia. O vice-ministro de Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, disse à agência de notícias estatal Tass neste domingo que abandonar o tratado seria “um passo muito perigoso.
Para Ryabkov, a ação de Trump “causará a mais séria condenação de todos os membros da comunidade internacional que estão comprometidos com a segurança e com a estabilidade”. “Condenamos as continuadas tentativas de obter concessões por parte da Rússia por meio de chantagem, ainda mais num assunto com importância para segurança internacional, segurança de armas nucleares e para manutenção de estabilidade estratégica”, acrescentou.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou neste sábado que vai retirar os Estados Unidos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, conhecido como INF, com a Rússia. Segundo Trump, Moscou violou o acordo. Ele, porém, não deu detalhes sobre sua acusação. “Vamos encerrar o acordo e, em seguida, vamos desenvolver armas”, a menos que a Rússia e a China concordem com um novo acordo, disse Trump, que ainda acusou os russos de terem violado o tratado “por muitos anos”.
O senador Konstantin Kosachev, chefe do comitê de Relações Exteriores, afirmou ainda por meio de seu perfil no Facebook que a saída dos Estados Unidos do tratado poderia significar que “a humanidade está prestes a ver completo caos na esfera de armas nucleares”. Para ele, o abandono do tratado poderia prejudicar seriamente os esforços pela não-proliferação de armas nucleares.
O presidente russo Vladimir Putin ainda não comentou o anúncio de Washington, mas a Rússia nega ter violado o tratado que proíbe o uso de mísseis de curto e médio alcances assim como impede testes, produção e alocação de mísseis terrestres. A Rússia desenvolve um sistema de mísseis conhecido como 9M729, mas Moscou afirma que está cumprindo as regras do acordo.
À agência de noticias RIA Novosti, Ryabkov disse ainda que Moscou já comunicou Washington repetidamente que não há razões para acusar a Rússia de violar o acordo. De acordo com ele, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, deve se encontrar com o assessor de Segurança Nacional norte-americano John Bolton na segunda-feira, em Moscou. Fonte: Dow Jones Newswires.