A crise que assola o abastecimento de água em todo Estado parece ganhar novos e dramáticos capítulos, em especial, aos mais de 1,4 milhão de habitantes do município de Guarulhos. Desde o anúncio das novas medidas adotadas pela Sabesp para evitar o desperdício e manter o fornecimento do insumo, o Saae apontou déficit no fornecimento de água nos últimos anos.
A autarquia entende que para atender a população de Guarulhos são necessários cerca de 4 500 litros de água por segundo, conforme estudo de demandas realizado no âmbito do Plano Municipal de Água e Esgoto. O Saae informou que atualmente opera com 1.400 litros a menos que a quantidade precisa para sua distribuição global dentro do município.
Antes da redução de água pela Sabesp, em 14 de março do ano passado, a cidade tinha disponível para distribuição 4 mil litros por segundo. Ou seja, já havia um déficit de 500 litros por segundo naquele período. Atualmente a Sabesp entrega o insumo pelo Sistema Cantareira com média de 2.000 litros por segundo e pelo Sistema Alto Tietê onde a média é de 800 litros por segundo.
Em 2001, a produção de água potável do Saae correspondia a 5% da vazão total disponível. Hoje, cerca de 13% da água disponibilizada provém de sistemas produtores próprios, operados pelo Saae, que utilizam captações superficiais e subterrâneas (poços profundos), e os restantes 87% do Sistema Adutor Metropolitano, operado pela Sabesp (dos quais 62% do Sistema Cantareira e 25% do Sistema Alto Tietê).
"O que temos buscado, de uma forma geral, são informações mais precisas, porque os especialistas têm divergência de opinião. Queremos ter clareza sobre quais serão os impactos. Ainda não temos conseguido isso de forma clara, a divulgação é parcial, estamos apreensivos com os impactos", declarou o superintendente do Saae, Afrânio Sobrinho, em entrevista à Rede Brasil Atual.
