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Saae informa que rodízio em Guarulhos será de um dia com e outro sem água

Enquanto milhares de guarulhenses sofrem há anos com a falta de água, com rodízios que já foram até incorporados na vida das pessoas, o Saae informa que adotará abastecimento de um dia com outro sem água em Guarulhos.

Para o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos, a falta de água na cidade foi "inventada" em 2014, quando uma estiagem em pleno verão atingiu a Região Sudeste. Como depende da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), de quem compra 87% da água consumida no município, a empresa muncipal agora alardeia que deverá implantar o rodízio no abastecimento de um dia com água e um dia sem para mais de um milhão de habitantes. No entanto, em dezenas de bairros de Guarulhos, muitos até da região central, esse tipo de rodiízio – até com mais dias sem água – já faz parte do cotidiano da população. 

Em mais um comunicado divulgado nesta tarde, o Saae volta a ignorar o fato de em mais de uma década não ter buscado meios para diminuir a dependência da Sabesp. Desta forma, informa – de maneira enviesada que o racionamento imposto pela Sabesp no município de Guarulhos, com a redução do volume de água fornecido à cidade pelo sistema Cantareira (redução de 390 litros por segundo do total de 2.500 litros por segundo), resultou na necessidade de implantar rodízio de um dia com água para um dia sem água para 850 mil moradores. Inicialmente, considerando a informação da Sabesp de que a redução do volume de água seria implantada de forma escalonada em até quatro dias, a proposta do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Guarulhos era dividir a cidade em seis blocos, sendo dois com o abastecimento de um dia com água para um dia sem água, e quatro com o abastecimento de 3 dias com água para um dia sem água.

Entretanto, diferentemente do que havia sido informado pela Sabesp, nesta sexta-feira, dia 14, a companhia estadual já reduziu o volume de água em 300 litros por segundo, e o teste do rodízio que seria feito de forma escalonada teve de ser alterado para o sistema de um dia com água para um dia sem água para toda população afetada pelo racionamento da Sabesp. Por isso, não haverá distinção de rodízio entre os bairros abastecidos com água do Sistema Cantareira.

Além desses 850 mil moradores que são atendidos com água do Sistema Cantareira, outros 210 mil moradores de seis bairros de Guarulhos já convivem com este problema desde o início de fevereiro devido à redução do volume de água fornecido pela Sabesp por meio do Reservatório de Vila Industrial, em Itaquaquecetuba, pertencente ao Sistema Alto Tietê, que também é operado pela companhia estadual. Vale lembrar que o Saae de Guarulhos compra por atacado da Sabesp cerca de 87% da água que distribui, por meio dos Sistemas Cantareira (62%) e Alto Tietê (25%); os outros 13% equivalem à produção própria do município.

 

Indignação – O Saae de Guarulhos reitera sua indignação com a imposição do racionamento que penaliza a população da cidade que, historicamente, já sofre pelo déficit de fornecimento de água aquém das necessidades da população. 

No entanto, o Saae não revela o que foi feito ao longo das quatro administrações seguidas em que a Prefeitura é administrada por prefeitos do PT. Em 2001, quando o atual prefeito Sebastião Almeida assumiu a superintendência do Saae, em entrevista coletiva, declarou ser "uma vergonha" Guarulhos depender da água fornecida pela Sabesp. Treze anos se passaram e Guarulhos continua comprando 87% da água consumida no município da empresa estatal. 

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