Dos cerca de 11,1 milhões de metros cúbicos de água potável gastos na cidade, cerca de 9,37 milhões – equivalente a 87% do total – são comprados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Por mês o Serviço de Água e Esgoto (Saae) gasta aproximadamente cerca de R$ 6,3 milhões para abastecer a população do município.
Para tentar diminuir os gastos mensais e o déficit existente na cidade, além do impasse envolvendo a autarquia municipal com a estatal paulista, em relação ao preço pago pelo metro cúbico de água potável, o Saae-Guarulhos contratará empresa para elaborar estudo de concepção e projeto executivo de sistemas de produção de água potável.
Em setembro do ano passado, a Sabesp reajustou o preço do metro cúbico de água de R$ 1,14 para R$ 1,19. Até agosto, a estatal paulista cobrava R$ 9,8 milhões pelos então 8,6 milhões de metros cúbicos de água comprados por mês.
A autarquia municipal pagava R$ 5,8 milhões. Com isso, a diferença de R$ 4 milhões por mês, cerca de R$ 48 milhões por ano, era processada pela estatal. Com o reajuste, a Sabesp exige R$ 11,2 milhões, porém, o Saae quita apenas R$ 6,3 milhões.
No entanto, mesmo que ocorra aumento na produção de água potável no município, que atualmente gira em torno de 13%, o Saae reconhece que Guarulhos nunca será auto-sustentável e que o abastecimento sempre dependerá de fontes externas para suprimento da população. De acordo com a autarquia municipal, não existem no município mananciais que propiciem tal condição. O problema envolvendo a falta de um maior comprometimento do poder público na questão de abastecimento são fatores determinantes.
O avanço urbano e o uso para banho da Bacia Ribeirão Tanque Grande podem tornar inviáveis as atividades da Estação de Tratamento de Água (ETA) Tanque Grande e Cabuçu em até uma década, de acordo com estudos de Análise Geoambiental da Universidade Guarulhos (UNG). Desde 2005, a qualidade da água nas estações do Tanque Grande e Cabuçu é medida pela instituição.
O Saae também capta água de mananciais subterrâneos, como forma complementar de produção de água. De todo o volume de água produzida pelo Saae, cerca de 23% vem de poços artesianos, que facilitam a coleta de água desses mananciais.
O maior poço que existe na cidade está próximo ao aeroporto de Cumbica.