A companhia de saneamento paulista Sabesp reverteu o lucro líquido de R$ 637,3 milhões registrados no primeiro trimestre de 2019 e registrou prejuízo de R$ 657,9 milhões no mesmo período deste ano.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia recuou 3,9% na comparação entre os períodos, de R$ 1,544 bilhão para R$ 1,483 bilhão. Já a margem Ebitda ajustada ficou em 36,7%, ante 39,8% no primeiro trimestre do ano passado. A receita operacional líquida avançou 4,2% no mesmo intervalo, para R$ 4,042 bilhões.
A Sabesp pontuou a "instabilidade econômica agravada pela covid-19", com destaque para a desvalorização do real. De acordo com a companhia, as variações cambiais representaram impacto de R$ 1,796 bilhão nos empréstimos e financiamentos. Além disso, as perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa chegaram a R$ 149,7 milhões, a partir do aumento da inadimplência e da expectativa de maiores perdas futuras.
A receita operacional bruta cresceu 7,6%, de R$ 3,536 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para os atuais R$ 3,803 bilhões. O indicador foi impulsionado pelo reajuste tarifário de 4,7%, a partir de maio de 2019; pelo aumento de 2,2% no volume faturado total, incluindo água e esgoto, além do início das operações em Santo André, cidade da região metropolitana de São Paulo. As operações em Santo André resultaram em R$ 80,1 milhões adicionais na receita operacional bruta na companhia, além de R$ 65 milhões adicionais em despesas.
O volume faturado de água e esgoto aumentou 2,7% entre os trimestres, para 823,2 milhões de metros cúbicos, no segmento residencial. No comércio, o avanço foi de 0,2%, para 86,1 milhões de metros cúbicos, enquanto o setor industrial registrou queda de 2,2% no comparativo entre os dois períodos e chegou a 17,7 milhões de metros cúbicos. A categoria pública também registrou queda e faturou 19,5 milhões de metros cúbicos, recuo de 1% ante o primeiro trimestre de 2019.
As despesas com serviços avançaram 0,5%, para R$ 424,1 milhões. O indicador inclui queda de R$ 15,8 milhões nos custos com leitura de hidrômetros e leitura de contas e aumento de R$ 15,2 milhões nos gastos com atendimento ao cliente, entre outras despesas. Já as despesas com energia elétrica avançaram 15,4%, pata R$ 326,5 milhões.
<b>Revisão tarifária</b>
A Sabesp informou que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) abriu nesta sexta-feira (15) o período de consulta pública para definição da metodologia a ser utilizada no cálculo para revisão tarifária da companhia, bem como o Custo Médio Moderado de Capital (WACC) para a revisão. As contribuições serão recebidas até 3 de julho.