Estadão

Sachsida diz que mercado começa a aproximar projeções de estimativas do governo

Nas vésperas da atualização das projeções da equipe econômica, o chefe da Secretaria Especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, repetiu nesta terça-feira, 10, que o mercado já começou a revisar suas estimativas para algo mais próximo das previsões do governo – que foram criticadas por ser consideradas otimistas demais.

No último Boletim Macrofiscal da pasta, publicado em março, a Secretaria de Política Econômica (SPE) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 de 2,10% para 1,50%, enquanto o mercado estimava uma alta de apenas 0,50%, inclusive com algumas casas já apostando em nova recessão neste ano.

De lá para cá, porém, o consenso do mercado passou a se aproximar mais de uma alta de 1,0% no PIB deste ano. Na próxima quinta-feira, dia 12, o Ministério da Economia irá divulgar sua nova grade de parâmetros e a tendência é de que a projeção de crescimento de 1,50% em 2022 seja mantida.

Em apresentação em encontro da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Sachsida citou a divulgação nesta terça-feira pelo IBGE do crescimento de 1% das vendas do comércio em março – a terceira alta consecutiva do indicador.

"Disseram que eu estava em uma queda de braço com o mercado quando já tínhamos projeções melhores para o PIB deste ano. Quem previa uma queda de 0,5 do PIB já mudou para crescimento de 1,0%. Passo a passo, todo mundo vai convergir para a estimativa da SPE", avaliou. "Tivemos a maior onda de contágio por covid em janeiro, a invasão da Ucrânia em fevereiro e o mundo caminha para o maior aperto monetário desde os anos 80. Mesmo assim, as projeções do mercado estão melhorando. Isso mostra o nosso acerto", completou.

O secretário apresentou aos parlamentares o projeto de Novo Marco de Garantias, que tramita em regime de urgência na Câmara. Ao responder às dúvidas dos deputados e senadores da FPE, Sachsida voltou a dizer que a proposta tem um potencial trilionário para os mercados de crédito, garantias, seguros e capitais.

"A literatura econômica mostra que, após momentos de crise, as empresas têm dificuldades em obter novos empréstimos porque já queimaram suas garantias. Com isso, o canal de crédito deixa de funcionar e a economia patina", repetiu. "Com a possibilidade de fracionamento de um bem em várias garantias, o crédito ficará mais fácil e os juros mais baratos", completou.

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