Foi lançada pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), a campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco” que pretende mobilizar a população do Estado de São Paulo no sentido de não mais utilizar as sacolas plásticas no transporte das compras a partir do dia 25 de janeiro. Motivada por razões ambientais a iniciativa visa adotar a prática sustentável nas lojas dos supermercados paulistas.
Mudar hábitos é uma tarefa difícil. Ao longo de décadas os consumidores foram estimulados a consumir produtos em embalagens cada vez menores e levados para casa embalados em sacolas plásticas, pois isso permitiu aumentar a rapidez nos caixas dos supermercados.
Agora que a questão ambiental está cada dia mais preocupante e se exige da sociedade a redução dos resíduos sólidos, é necessário encontrar uma solução para as sacolas plásticas, que transporta os produtos para a casa, sem aumentar os custos das redes de supermercados e se possível eliminá-los.
Nada de se pensar em reduzir as embalagens dos produtos que estão dispostos nas gôndolas, como a de frios fatiados em bandejas de isopor ou os diversos e pequenos recipientes de produtos de limpeza, laticínios, refrigerantes e outros tantos embalados com tecnologia tetra-pak. Nenhuma iniciativa para estimular a coleta seletiva nestes estabelecimentos ou a volta do uso de embalagens retornáveis, como as de refrigerantes.
Ao invés disso, encontraram uma melhor solução! Deixar de fornecer as sacolinhas plásticas descartáveis e cobrar R$ 0,19 caso o consumidor prefira usar uma sacola biodegradável compostável feita de amido de milho. Ora, se o consumidor paga, o problema está resolvido!
Se o objetivo é conscientizar a população que o uso da sacola retornável apresenta vantagens ambientais em relação às sacolinhas plásticas descartáveis, deveriam os governos exigir que a mudança de hábito fosse bancada integralmente pelas redes de supermercados que estimularam ao longo de décadas este costume. Uma forma seria a disponibilização gratuita de sacolas retornáveis, na quantidade suficiente ao volume de produtos que o consumidor adquire naquele estabelecimento habitualmente.
Infelizmente esta será mais uma solução de pouca criatividade e que representará mais um gasto para o consumidor. Quer sacolinha, pague por ela e polua a vontade!
Wilson Lourenço
Vice-Presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)