Com 11 candidatos na disputa, parte da campanha eleitoral para o Senado em São Paulo está centrada em discussões na área da Saúde, com destaque para propostas de atualização da Tabela Sistema Único de Saúde (SUS). A planilha é usada para definir transferências do governo federal para custear tratamentos nos Estados e municípios e, segundo os pretendentes, está defasada.
O tema é uma das principais bandeiras de campanha de Edson Aparecido (MDB), dono do maior tempo de exposição no horário eleitoral na TV e no rádio graças à ampla aliança feita pelo seu partido no Estado. Líder das pesquisas de intenção de voto, Márcio França (PSB) também tem pautado seus discursos nessa área, assim como Marcos Pontes (PL), segundo colocado.
"Vou batalhar desde o primeiro dia pela correção da tabela SUS. Sei que a correção não dá para ser feita de uma vez, mas dá em quatro anos, corrigindo 25% ao ano", disse França. Ele defende que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) faça empréstimos para as Santas Casas do Estado.
"A tabela que remunera os serviços do SUS está congelada há 15 anos", criticou Aparecido, que promete buscar, no Senado, a correção para ampliar o atendimento nas Santas Casas e hospitais filantrópicos. O candidato do MDB ainda tem como plataforma de campanha o debate sobre a divisão de impostos, em uma revisão do atual pacto federativo. Em propagandas e entrevistas, Aparecido tem repetido que não é justo São Paulo enviar R$ 716 bilhões à União e receber de volta R$ 47 bilhões.
Ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações do governo Jair Bolsonaro, Marcos Pontes enfatiza a informatização na área da Saúde. "Vamos empregar a transformação digital no SUS para otimizar os recursos disponíveis e diminuir drasticamente as filas de espera." Representante do bolsonarismo no Estado, ele também promete se dedicar a ampliar a oferta de vagas no ensino profissionalizante para reduzir o desemprego entre jovens.
Preterida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é o candidato do Planalto para o governo de São Paulo, a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB) disse que não está recebendo doações privadas, não fez e não fará vaquinha para a campanha. A parlamentar indicou seus irmãos como suplentes ao Senado, e diz temer um atentado contra sua vida em um eventual mandato, o que justificaria sua decisão.
<b>Polarização</b>
As mais recentes pesquisas para o Senado mostram cenários semelhantes e refletem no Estado a polarização da disputa presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro. De acordo com a Genial/Quaest divulgada no domingo, 25, França está na frente, com 26%, seguido por Pontes, com 25%. Ambos estão tecnicamente empatados na margem de erro, que é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Na sequência, aparecem Janaina Paschoal, com 5%; Edson Aparecido, com 2%; e Aldo Rebelo (PDT), com 2% das intenções de voto. Vivian Mendes (Unidade Popular), Ricardo Mellão (Novo), Professor Tito Bellini (PCB), Antônio Carlos (PCO) têm 1% cada. Não pontuaram Dr. Azkoul (Democracia Cristã) e Mancha Coletivo Socialista (PSTU).
No levantamento do Datafolha divulgado na semana passada, França liderava com 31%. Em segundo, vinha Pontes, com 19%. Na pesquisa Ipec do último dia 20, Márcio França tinha 30% e Pontes, 18%.
Os 11 candidatos disputam a vaga que atualmente é ocupada por José Serra (PSDB), que não tentará a reeleição e concorre para deputado federal. Os outros dois senadores de São Paulo são Mara Gabrilli (PSDB) e Giordano (MDB), com mandatos até 2027 – ele entrou no lugar de Major Olimpio (PSL), que morreu de covid-19, no ano passado.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>