Opinião

Sai Sarney, entra Renan. Cadê a porta de emergência?

Em time que está ganhando não se mexe. O velho jargão futebolístico prevalece nos mais diferentes momentos de nossas vidas. Neste, em especial, vale para o Senado brasileiro, que acaba de eleger Renan Calheiros para o lugar de José Sarney.


 Ambos do PMDB, os dois nobres senadores têm em suas biografias denúncias, processos, envolvimento em situações – digamos assim – escabrosas, entre outras qualificações nem um pouco recomendáveis. Porém, apesar de tudo e de todos, reinam livremente no reino dos intocáveis. Com as bênçãos do todo poderoso PT, a dupla toma conta da maior casa de leis do Brasil, o senado federal que – a exemplo de outras casas legislativas – tornou-se apenas uma extensão do Poder Executivo.


Essa é a lógica do poder. Em vez do servimos bem para servir sempre, prevalece o “administramos bem para administrar sempre”. Não. De forma alguma estou elogiando a forma de administrar desses. Muito diferente disso, eles administram a seu bel prazer para que se prevaleçam sempre acima de tudo e de todos.


Por mais que chovam denúncias contra os dois peemedebistas reis, nada faz com que o que está escrito fuja uma linha do script desejado pelos donos do poder. E estava definido, há tempos, que a presidência do Senado ficaria para o partido aliado maior do PT. Sem quadros tão interessantes, nada pior (ou melhor) que Renan Calheiros. E passe-se por cima de qualquer denúncia.


Afinal, currículo ilibado não é necessário para ocupar uma posição destas. Tanto é verdade que jogou-se no lixo o fato do próprio Calheiros ter renunciado ao mandato para não perder os direitos políticos não tanto tempo atrás. Estar denunciado no Supremo Tribunal Federal também é algo corriqueiro, não? Tanto que os mensaleiros, mesmo condenados à prisão, seguem livres, leves e soltos…


Bom. Esse é o nosso Brasil. Um país que parece não ter porta de emergência. Todos sem saída.

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