Economia

Saiba o que está em debate sobre aposentadoria e garanta seu futuro

O debate sobre o fim do Fator Previdenciário deve se intensificar nos próximos dias, pois a presidente Dilma Rousseff pode sancionar a MP 664 com a extinção do redutor das aposentadorias pelo INSS, mas trocando a Fórmula 85/95 por proposta menos impactante nas contas da Previdência Social. Todavia, independente do que for definido, uma coisa é certa! Os ganhos dos trabalhadores continuarão reduzindo ao se aposentarem e cada vez mais o brasileiro terá que ter educação financeira para poder usufruir desse período de vida com qualidade.
 
Para entender melhor, o que está sendo proposto, é o fim do fator previdenciário, um redutor que leva as aposentadorias a terem consideráveis quedas. Contudo, em contrapartida, o que o Congresso aprovou é uma fórmula para retardar as aposentadorias, isto é, que o trabalhador trabalhe mais e contribua mais para aposentar, defendendo a fórmula 85/95 como base de partida. Já o Governo busca uma fórmula que seja menos impactante.
 
Acredito que essas fórmulas possam ser mais interessantes pelo menos do que o Fator Previdenciário vigente. Mas, independente do que ocorrer, é importante lembrar que a aposentadoria pelo INSS possui grande importância, principalmente, para os trabalhadores menos abastados, pois estes, em sua grande maioria, não trabalharam preventivamente para o período de aposentadoria, o que faz com que esses ganhos sejam a única fonte de sobrevivência.
 
Porém, para alguém que realmente quer se planejar para uma aposentadoria sustentável a questão vai muito além, sendo fundamental a educação financeira. A partir da qual se traçará uma estratégia na busca dos melhores investimentos. Assim, veja alguns passos para realizar um bom plano de aposentadoria.
 
• Descubra qual o padrão de vida você quer se aposentar, aposentadoria segura não significa ser milionário, é preciso encontrar um porcentual da renda que possa poupar. Se você deixar para poupar apenas a sobra, não vai conseguir
 
• Quanto mais cedo começar a poupar, mais agressiva pode ser a estratégia. Quem está na casa dos 20 anos pode formar uma reserva de emergência entre 6 a 12 meses de salário, e a partir daí investir todo o resto do dinheiro nesse sonho. Sempre lembro, guardando R$300,00 por mês, em 30 anos pode se ter cerca de R$1milhão.
 
• Divida os objetivos e sonhos em três grupos de acordo com os prazos que pretende realizá-los, que são de curto, médio e longo prazo e invista o dinheiro de acordo com esses objetivos.
 
• Como a atratividade de cada tipo de investimento varia com o tempo, aconselho o poupador a rever a estratégia adotada a cada quatro ou seis meses. Além de eventuais mudanças na conjuntura econômica, também podem surgir boas oportunidades.
 
• Para não ter sustos, o poupador deve acumular um capital que renda o dobro do que ele precisa. Vamos supor que você ganha um salário de R$ 4 mil e terá uma aposentadoria pública de R$ 2 mil. Se sua aposentadoria complementar lhe pagar apenas R$ 2 mil por mês, um dia o dinheiro vai acabar. Mas, se os investimentos renderem R$ 4 mil, você saca metade e deixa a outra metade rendendo. Assim, o dinheiro se recapitaliza e se preserva.
 
Enfim, o futuro do nosso sistema previdenciário não dá para saber, o certo é que ele terá que ser repensado, pois, o modelo vigente se mostra insustentável para o futuro. O que temos claro é que o grande prejudicado com mudanças que ocorrerão serão os trabalhadores, que poderão ter que trabalhar mais, redução dos ganhos ou mesmo os dois.
 
Assim, a alternativa nesse momento é já se precaver, buscando inserir a educação financeira no cotidiano, na busca de um planejamento que projete uma aposentadoria sustentável sem depender do Governo.
 
Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abefin), autor do best-seller Terapia Financeira e da primeira coleção completa de educação financeira para escolas, que já é adotada em mais de 1500 escolas em todo o Brasil.

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